campanha
Restaurante Irmã Zoé

2013 está recomeçando aos poucos.

Esse mês de maio me relembra junho de 2013. Do nada, em redes sociais, havia um movimento silencioso se organizando e ninguém dava nada por ela.

Dilma nem se importou.  A razão era brigar contra tarifa de passagens de ônibus. Mas o desenrolar nos dias seguintes deu um tom fervoroso nas ruas do Brasil.

O protesto dos caminhoneiros também iniciou em redes sociais e o governo não deu nada por ele. Tão silencioso que pegou o governo Temer de calças curtas. O governo Temer dormiu no ponto e seus assessores comeram mosca. Quando perceberam, a paralisação já era uma realidade e tomou proporções gigantescas de maneira que até agora o governo ainda não soube lidar com a situação e mesmo com o término da paralisação ficará ao Temer a imagem negativa da fragilidade governamental.

A paralisação está prosseguindo e tomando ares de que vai contaminar outros segmentos da sociedade. Os petroleiros já dão sinais de que vão aderir a uma greve de 72 horas.Se os milhões de jovens de 2013 aderirem essa paralisação pelas cidades brasileiras, Temer vai pagar o preço de ter sido um dos dedos do movimento que derrubou Dilma. O feitiço virará contra o feiticeiro.

Será a terceira vez que as redes sociais darão o tom aos movimentos de rua no país.Naquele junho de 2013 havia gente de todo tipo, da classe média e da periferia, estudantes e profissionais liberais, jovens e idosos, homens e mulheres. Havia um caráter apartidário naquelas manifestações e, a indignação das pessoas com os governantes e os políticos era geral.

Não havia bandeiras de partidos políticos, era um fenômeno que surgia espontaneamente na vida política nacional. Dois mil e três ficou adormecido até agora, mas já dá sinais de que está despertando. A Operação Lava Jato com a prisão de alguns políticos de forma seletiva, não deram conta de sepultar 2013. As pessoas continuam aborrecidas, incomodadas e sem esperanças de dias melhores em função de uma política nacional carcomida, corrupta e vendida.

Os caminhoneiros estão nas estradas. Falta o povo nas ruas.  A sociedade civil organizada precisa sair de sua hibernação outra vez. As redes sociais estão hoje mais modernas e mais atuantes do que nunca e breve devemos ver de novo nas ruas o roncar de vozes gritado por milhões.

O que o povo deseja ainda é o mesmo de 2013.  Com a agravante de que agora se quer também a renovação da classe política.Areprovação dos velhos partidos e de seus caciques é uníssona em meio ao povo, uma mudança radical na política brasileira.

A política precisa mudar nos nomes, mas principalmente,nas atitudes.

Ser novo é falar a verdade. Ser novo é zelar pelo dinheiro público com absoluta responsabilidade, é ser intolerante com a corrupção. Ser novo é ser transparente e honesto em qualquer circunstância.

É ser contra a reeleição para cargos no Poder Executivo e Legislativo. É cumprir o mandato para o qual foi eleito até o seu fim. Enfim, ser novo é ter vergonha na cara, que a maioria dos atuais políticos com mandato em Brasília não têm.

Resta saber se os jovens terão a coragem de 2013. Se os servidores terão a coragem de botar a cara, se os petroleiros realmente terão coragem de iniciarem a greve, se os professores irão reagir e ajudara parar esse país de ponta a ponta e, principalmente, se o povo vai deixar de vender seu voto por cimento, carona e outros  badulaques e começar de vez a mudar as coisas, principalmente, alguns  políticos veteranos que nada fizeram até agora, que, mesmo com mandato em Brasília e nas capitais estaduais nada fizeram para mudar o caos que o Brasil vive hoje. Que venha de novo 2013.

Acorda Brasil!

 

Dr. João Domingos é advogado, escritor, pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador no 3º mandato em Ladainha pelo PSB, diretor executivo de Futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni

Compartilhe :