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Restaurante Irmã Zoé

A crise e as pessoas

Anderson Coutinho é consultor de planejamento estratégico
Anderson Coutinho é consultor de planejamento estratégico

Imagine que sua empresa seja um barco e o mercado seja o oceano. Para navegar, você precisa, antes de qualquer coisa, de profundidade. Águas rasas encalham o barco. Estar em um negócio onde você não tem profundidade – de conhecimento, expertise e dinamismo – te coloca diante de um potencial encalhamento. Mas, se sua empresa tem a profundidade necessária para navegar no oceano do mercado, o próximo ponto de atenção é a sua embarcação.

Se as águas do mercado forem calmas e houver facilidade de navegação no segmento de atuação, qualquer barco dá conta do recado. É o caso, por exemplo, de ter uma pequena empresa de construção civil, com estrutura básica, naquele momento que precedeu o boom imobiliário. O oceano era calmo, as águas fartas de peixes e até as pequenas embarcações conseguiam navegar com prosperidade. À medida que o oceano se torna mais turbulento, exige mais da embarcação ou da estrutura da empresa. Já que ter uma embarcação forte, resistente e bem estruturada significa maior capacidade de suportar tanto a calmaria de águas pacíficas quanto  a turbulência de águas agitadas.

Depois da profundidade (de conhecimento) e da embarcação (estrutura da empresa) o maior desafio é talvez a mais determinante variável diante de uma crise: a tripulação, ou seja, as pessoas. Podemos dizer que a crise é como uma tempestade, que chega tornando águas calmas ou agitadas em águas violentas. Quando essa tempestade vem, o crucial é a habilidade da tripulação em conduzir a embarcação. É essa destreza que faz a diferença, pois, é a soma das experiências e do conhecimento de um grupo de pessoas que, obrigatoriamente, deve ser capaz de transformar a turbulência em oportunidade, de provar suas aptidões, inclusive ao próprio capitão da nau.

Mas é preciso tomar cuidado quando falamos em habilidade. Não adianta achar que se tem, pois, a tempestade da crise não dá margem para achismos ou amadorismos. É preciso ter habilidade de fato, de forma sólida e coerente. A premissa básica ou o alicerce fundamental para quem deseja passar pela crise e suportá-la até o fim da tempestade é extremamente simples, embora grandemente complexa: as pessoas. Você pode até tolerar uma tripulação mediana em águas calmas e em barcos bem estruturados, mas, diante do maremoto de uma crise, nada substitui o talento.

Nossa melhor chance de superar uma crise está na composição de uma equipe formada por pessoas habilidosas, talentosas, alocadas adequadamente naquilo que sabem fazer de melhor, seguidoras de uma estratégia igualmente desenvolvida por outras pessoas astutas, guiadas por um líder necessariamente inteligente. Naturalmente, uma tripulação extremamente hábil em uma embarcação deficiente ou em um oceano raso, dificilmente fará milagres.

Daí, concluímos que os fatores se completam e, juntos, determinam se a passagem pela crise será ou não bem sucedida. Como todos nós estamos atualmente em um oceano extremamente violento, supondo que nossas empresas estejam na condição de embarcações capazes de suportar a violência da tempestade, a tripulação é colocada à prova, intimada a demonstrar que suas habilidades podem fazer a diferença. Um time qualificado – do capitão ao auxiliar – pode sim passar por uma tempestade, conduzindo a nau com mestria até o fim da tribulação.

Com uma ação cooperada, bem divulgada, compreendida e processada pelo time, monitorada por líderes e acompanhada constantemente pelo topo da pirâmide, as chances de passar pela crise de forma saudável são maiores. E sua empresa pode transformar-se em um case de inovação, fortalecimento e superação, com técnica e habilidade à prova de maremotos.

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Uma resposta

  1. Porquea? Apesar de eu pensar que isso e9 clanmaerte “mandar os foguetes antes da festa” pq efectivamente a pessoa sf3 acaba o curso em junho! Mas e9 giro!