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A reforma da previdência beneficia os mais ricos

A reforma da previdência beneficia os mais ricos

 

A reforma da previdência no modelo que foi votada na Câmara Federal só beneficiará os mais ricos. Se o objetivo era combater privilégios, deveriam ter priorizado a Reforma Tributária, taxando a renda e o patrimônio das camadas mais ricas. Aí sim resolveriam a questão financeira da União.

O governo insiste em achar que rico é quem ganha R$ 2.231,00 e pobres os quem ganha até R$ 1.252,00. Mas os verdadeiros privilegiados estão rindo às gargalhadas. Esses ricos têm isenção de mais de 70% da sua renda e pagam alíquota efetiva de imposto de renda de apenas 6%. Que beleza para eles.

O texto definitivo na Câmara Federal foi aprovado pelos deputados federais depois que o governo federal liberou verbas de mais de R$ 15 bilhões aos deputados federais. A verdadeira velha política em ação. Troca de votos por dinheiro. Simples assim. E os pobres… Ah! Os pobres… Esses não são lembrados por esses deputados federais que votaram a favor de uma reforma que ferrou com a vida do trabalhador.

Foram 370 votos a favor, 124 contra e a abstenção de Alexandre Frota (PSL-SP), da base do governo. Um verdadeiro rolo compressor no lombo dos mais pobres.  Reformaram também o RGPS – a aposentadoria dos trabalhadores do setor privado, e o abono salarial e tentaram reformar o BPC – assistência social paga a idosos em situação de miséria, cuja mudança não foi aprovada.

É um absurdo afirmar que um sistema de proteção que paga benefícios próximos do valor R$1.300,00 apresentaria privilégios inaceitáveis. Essa reforma absurda despreza a realidade socioeconômica de um trabalhador nordestino que não é a mesma de um juiz do Supremo Tribunal Federal. O governo diz que a reforma busca maior equidade e justiça social, no entanto, para os formuladores da reforma, “rico” é o trabalhador do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que se aposenta por tempo de contribuição e “pobre”, o que se aposenta por idade.

Segundo o ministro da Economia, os “ricos” ganham quase o dobro do que ganham os “pobres” que “se aposentam mais tarde”. Segundo a Exposição de Motivos da Proposta de Emenda Constitucional 06/2019, “rico” é o aposentado que ganha em torno de R$ 2.231,00. Simplesmente inacreditável. E a população que não tem o hábito de ler jornal, apenas veem novela na Globo e redes sociais está na maior tranquilidade. Pode mexer na previdência, só não pode mexer no horário da novela. Um absurdo total.

E é preciso deixar claro que a concentração de rendas no Brasil está nas mãos de uma elite privilegiada de apenas 1%. O restante é pobre. Se o objetivo era combater privilégios, por que não ter priorizado a Reforma Tributária, taxando a renda?

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