Com uma dívida aproximada de R$ 460 mil acumuladas nos últimos três meses, a diretoria do clube anunciou que estuda acionar judicialmente o ex-superintendente Gilmar Braga e sua empresa, a PBL Sports, responsável pela administração do Departamento de Futebol do Clube
TEÓFILO OTONI – Apesar dos resultados do último domingo (31/05), ao que tudo indica, o Módulo II do Campeonato Mineiro ainda não terminou para o América. Sem a vaga para a Primeira Divisão em 2016, sobrou para o clube uma ‘herança’ de pelo menos R$ 460 mil em dívidas. O montante anunciado pela diretoria do América Futebol Clube equivale aos meses de atraso no pagamento dos atletas e comissão técnica, entre outros encargos com os funcionários. De acordo com análise inicial da diretoria, R$ 10 mil da quantia correspondem ao não pagamento do imóvel alugado para os jogadores (aluguel para moradia, água e luz). Os atrasos (recorrentes) implicaram no valor exorbitante, como informou o presidente do clube Nodje Walter. Até mesmo o aluguel do ônibus para o transporte dos atletas, ainda na primeira fase da competição, estaria sem pagamento, conforme informou o dirigente.
Acionamento judicial
Nodje Walter ratificou sua posição informando que desde agosto de 2014 o empresário Gilmar Braga teria assumido como Superintendente de Esportes, ficando sob sua responsabilidade o futebol profissional, de base e demais modalidades esportivas do Dragão. Nodje ainda revelou que teria repassado toda a administração do Estádio Nassri Mattar ao cartola. O empresário também ficou responsável por toda a parte financeira e o marketing do clube, por meio da sua empresa, a PBL Sports. Segundo o presidente, sob a gestão de Gilmar, as dívidas do Clube cresceram vertiginosamente, sobretudo, nos últimos três meses, o que gerou insatisfação dos atletas e comissão técnica. A gota d água foi o alerta feito pelo técnico Marcelo Buarque, que durante entrevista denunciou que os jogadores sequer tinham comida na despensa. Para conter a situação vexatória, foram realizadas inúmeras campanhas de arrecadação de recursos na cidade, para amortizar a dívida salarial dos jogadores, pagamento do transporte para os jogos em outras cidades, locomoção, e ainda, abastecer a despensa com produtos de higiene, limpeza e alimentos. Na semana seguinte (20 de maio), o superintendente de Futebol, Gilmar Braga anunciou sua demissão, bem como, rescisão do contrato de gestão do Futebol do América.
Com o pedido de demissão seguido de rescisão contratual pela PBL Sports, de Gilmar Braga, o América Futebol Clube ficou com o ‘abacaxi nas mãos’. Porém, não é assim que pensa o presidente Nodje Walter. Segundo ele, após o pedido de renúncia do cargo de Superintendente de Futebol do América, feito pelo empresário, o Conselho Deliberativo e Departamento Jurídico do Clube foram acionados, para tomar todas as medidas cabíveis para fazer valer as obrigações e responsabilidades assumidas no contrato empresarial de parceria entre o América e a PBL Sports & Management, de propriedade do ex-superintendente Gilmar Braga. O contrato com a PBL Sports foi firmado com o América em agosto do ano passado, quando Gilmar Braga, que era o gerente executivo do clube, assumiu o Departamento de Futebol.
Em conversa com o DIÁRIO, Nodje Walter revelou que pode sim, acionar judicialmente o ex-superintendente, para arcar com os prejuízos oriundos do seu período à frente da gestão do time de futebol. Segundo ele, com um contrato de dois anos, caberia à PBL Sports a Gestão do Futebol em todos os seus departamentos inclusive a administração com todos os ‘prós e contras’. Por fim, o dirigente informou que o caso segue sob análise do Conselho Deliberativo e Departamento Jurídico do Clube, que irão se posicionar sobre a viabilidade ou não da cobrança da referida dívida, a quem lhe é de direito, pontuou.