
Os atuais proprietários anunciaram a venda/troca do antigo São Lucas, com um anúncio na fachada do prédio
TEÓFILO OTONI – Leiloado em 2011 para sanar dívidas trabalhistas, a situação envolvendo o prédio do antigo hospital São Lucas ganha um novo capítulo. Esta semana, os proprietários do imóvel anunciaram a venda do prédio. Arrematado a época por R$ 2.450 milhões, por meio de uma concessionária de Governador Valadares – empresa Auto Giro, a quem crave, que o patrimônio hoje é orçado em um valor bem acima do que teria sido arrematado há pouco mais de quatro anos.
Desativado desde então, vários equipamentos que ainda permaneciam no prédio foram saqueados ou/e destruídos por vândalos. Há um ano, os proprietários decidiram lacrar portas e janelas e cercar os muros do prédio, para evitar a ação de marginais. Se por um lado, o interior do prédio tornou-se inviolável, o mesmo não pode ser dito da calçada em frente ao antigo imóvel. Vários andarilhos e moradores de rua ocuparam o espaço. Com tendas, colchões e pequenas fogueiras alimentadas durante a noite para combater o frio, os ‘visitantes’ encontraram um local para morar. Outro sinal do descaso foi apontado pelos moradores de casas e prédios vizinhos ao imóvel localizado numa área nobre da cidade, à Avenida Alberto Laender, Centro, em frente ao SESC. Segundo os denunciantes, sem manutenção do prédio, a cobertura teria formado uma ‘piscina’, local propício para proliferação do mosquito da dengue, alertaram.
“A situação do prédio é lastimável. Com as chuvas, falta de manutenção, nós tememos que essa cobertura tenha se tornado um criadouro para os mosquitos da dengue. Como o prédio está fechado, não tem como os agentes verificarem a situação no terraço nem ao menos nos fundos, onde funcionava a capela velório”, desabafou um morador.
Certo, pelo menos, é que o prédio, que há cinco anos funcionava com 120 leitos, oito UTIS, e se mantinha ativo a três décadas, hoje é apenas uma sombra, um imóvel com prazo de validade, um elefante ‘amarelo’ na área central da cidade.