Sempre enxerguei Teófilo Otoni como uma terra de oportunidades. A mistura de gente sempre me chamou atenção, e por mais que eu já tenha morado em cidades maiores, a correria local parece ser única, faz com que o dia passe mais rápido. Costumo dizer aos meus amigos que moram em outras partes do mundo, que a Capital das Pedras Preciosas tem um charme diferente, e para ser teófilo-otonense de verdade, ou ser batizado como cidadão, é preciso gostar de coisas bem típicas daqui, como a Mate-cola, ouvir Léo Magalhães, já ter visto a preguiça na praça, ter amor pelo América e entender que a forma das pessoas se guiarem é um pouco diferente. Um bom exemplo é saber que as ruas da cidade têm apelido. Acha que teófilo-otonense fala Rua Dr. Manoel Esteves? Claro que não! Chamamos esse lugar de Rua das Flores, ou a Rua Antônio Alves Benjamim, que a gente para um minutinho para saber onde é, e descobre que conhecemos ela opr Rua da Matriz.
São tantas peculiaridades que aos poucos você vai descobrindo que a cidade nada mais é que uma roça grande, que no fundo o povo quer crescer, parecer grande, mas no coração, na raiz, o bom mesmo é comer o dogão da Praça Tiradentes no domingo, e por a criançada para andar de trenzinho. Mas, se der aquela vontade de parecer capital deixamos bem claro que temos uma Feira Internacional de Pedras Preciosas, que é a maior da América Latina, e a Exponor, a maior mostra empresarial do nordeste mineiro. Bonito contar isso, né! Pois é, são nossas, assim como o mérito da primeira estrada de Ferro que ligou Minas ao mar.
Mas, o que descobri em 5 anos morando nessas terras, não foram só estes detalhes, mas, o mais importante deles, assim que se chega a Teófilo Otoni, vindo por Governador Valadares, tem uma frase que diz “Lapidando pedras e agora lapidando gente”, e, é exatamente isso que Tchotcho faz com as pessoas, moldam elas de diversas formas.
Bárbara Freitas é jornalista com especialização em Gestão de Crises e Mídia Digital