O que é pior? Recessão ou inflação?
Primeiro precisa-se entender o que é uma e a outra. A inflação é o aumento no nível geral de preços. Já a recessão é quando há uma queda na produção de um país.
O Brasil está vivendo essa angustiante situação: mais inflação e mais recessão na economia. Qualquer um dos caminhos tem custos terríveis para o trabalhador brasileiro. A alta constante de preços, a instabilidade da moeda e a desestrutura do Brasil, indicam que a inflação vai crescer e muito ainda. A recessão é também companheira do brasileiro nesses últimos tempos, pois a indústria brasileira está paralisada.
O Copom se reunirá em breve para a primeira reunião de 2016. E com certeza os juros tendem a subir outra vez. Hoje em 14,25% ao ano desde julho passado. Com certeza terá novo aumento. Entendem os economista que aumentar juros reduz inflação.
Nas últimas decisões sobre juros, em janeiro de 2013 a Selic estava em 7,25% ao ano. Em janeiro de 2014, havia pulado para 10,5% e chegou a 12,25%. Na atualidade a taxa de juros no Brasil extrapola os limites razoáveis e temos mais de 7 pontos percentuais em três anos. Nos últimos anos todo esse aumento de juros não resolveu o problema da inflação. Ela está aí! E só não foi pior por que o governo segurou à força as tarifas públicas, energia, combustíveis, inclusive mentindo que não havia inflação nas propagandas políticas nas eleições passadas.
Não há no mundo nenhum país que tenha índices tão absurdos, tanto de juros quanto de inflação. O IPCA registrou a partir de 2013 os seguintes índices: 5,91%, 6,41% e 10,67%. Essa inflação altíssima anda em comum acordo com uma recessão grandiosa e desemprego em crescimento vertiginoso. No Brasil o aumento do número de pessoas que perdem posto, a quantidade de brasileiros que saem a procura de um trabalho, o tempo que o trabalhador espera até encontrar uma outra posição tem transformado num inferno a vida das pessoas.
Será o aumento de juros o único caminho para conter a inflação? Não creio. Existem outros canais que o governo insiste em não
usar. O que o governo fez com maestria foi permitir ao longo dos últimos anos que a inflação de forma silenciosa corroesse o dinheiro do trabalhador brasileiro. Gastou mais do que arrecadou, diminuiu impostos na fonte, caso dos incentivos a montadoras de veículos e o resultado foi esse, faltou dinheiro para pagar as despesas correntes e imediatas do governo.
E a vergonha é tamanha que o copom de forma canalha e lastimável parou de subir os juros nas vésperas das eleições de 2014 com o intuito vergonhoso de ganhar as eleições no jeitinho brasileiro. Depois das eleições o bicho da inflação pegou de vez, mostrando todo o descontrole.
Não há caminho a escolher. Teremos que conviver ainda por muito tempo com inflação e recessão. Preços subindo e produção diminuindo. Uma vai corroendo diretamente o bolso do trabalhador e com pressa, já a outra, indiretamente, de forma mais lenta, porém, com a mesma letalidade, pois que, com o crescimento da recessão perde-se os postos de trabalho. E com desemprego em alta, falta comida na mesa do trabalhador brasileiro. Ou seja, se parar o bicho pega, se correr o bicho come.
Que Deus nos ajude!
Dr. Joao Domingos é advogado, escritor, pós-graduado em Direito Administrativo, Ambiental, Docência do Ensino Superior e vereador na cidade de Ladainha