Muito antes de seus filhos entrarem nesse mundo, provavelmente passaram inúmeras horas pesquisando e lendo tudo o que podiam, quais métodos de ensino e estilos parentais seriam melhores para as necessidades de sua família. Mas, como muitos pais, nem sempre os planos correspondem à sua realidade, e tudo bem também. É totalmente normal que a criação dos filhos seja uma experiência de tentativa e erro, não existe um manual pronto nos dizendo o que fazer ou uma receita a seguir, sabemos que cada criança é única e não existe uma estratégia exclusiva para todos. Parece que hoje em dia todos têm uma opinião sobre tudo, e quando se trata de criação, as pessoas são ainda mais insistentes em oferecer suas opiniões e conselhos frequentemente não solicitadas. Por mais que queiram discordar e debater, é difícil quando tal conselho é apresentado como uma contribuição bem intencionada de amigos ou membros da família.
Quando se trata de como escolhem criar seus filhos, existem alguns conselhos ultrapassados da disciplina que não valem a pena ouvir e não devemos nos sentir culpados por isso. Embora pareça mais fácil falar do que fazer, familiares e amigos podem dar dicas úteis, mas ninguém passa o tempo com seu filho como você. Encontrar o que funciona para a família e filhos leva tempo e dedicação, para alguns pais, a tradição ou a pressão de muitas pessoas podem levá-los a pensarem que tal conselho esteja ultrapassado ou que não seja tão ruim assim , muitas vezes, resultando em pais perdidos sobre qual a melhor maneira de agirem.
Na relação familiar é preciso haver mudanças daquilo que é antigo e desnecessário, alguns exemplos de atitudes que são antigas e que ainda devem ser sempre seguidas se chamam respeito, autoridade, paciência, responsabilidade, atenção, dedicação, e uma atitude que é antiga e precisa ser mudada, chama-se autoritarismo, que é baseado muitas vezes na agressão física, verbal, nos rótulos.
ALGUMAS DICAS:
●Certas atitudes dos mais antigos, avós, bisavós, provavelmente estão ainda presentes na sua dinâmica familiar atual, entendam que, nem sempre aquilo que funcionou com vocês pais irão funcionar com seus filhos.
●O “tudo” também estraga, muitas vezes, os pais por desejarem dar tudo que não tiveram na infância passam a dar “tudo” para seus filhos, e assim, podem acabar perdendo o equilíbrio e o limite das situações.
●O seu filho não é você, a sua dor é uma e a do seu filho é outra, o que seu filho deseja pode ser diferente das suas escolhas, não espere que ele repita a sua história.
●Bater é ainda um tema controverso, a punição física não é um método de disciplina apropriado, ou mesmo consistentemente e efetivo. Além do fato de que a palmada não produz os resultados esperados, ela pode afetar negativamente as crianças em longo prazo também. Estudos apontam que há probabilidade da criança se tornar fisicamente violenta, de verem a violência como a melhor forma de resolverem seus conflitos.
●Quando os pais são muito rígidos ou exigentes, a autoconfiança da criança pode ser reduzida.
●Peneirem os conselhos arcaicos que recebem, devem ignorar e ficarem com o que provaram serem estratégias eficazes para promoverem os comportamentos desejados nos seus filhos.
● O pai e a mãe têm que saber que ele ou ela é a autoridade, ao abrir mão disso, haverá um custo alto e muitas vezes irreversível, quem se subordina a crianças e jovens estarão dando a eles a responsabilidade da decisão.
●Sobre a atitude: “só de olhar pra ele, meu filho já sabe”, muito usada pelos antigos e
também atualmente. É preciso cuidado, essa atitude pode gerar barreiras na comunicação, o diálogo aberto entre vocês e seus filhos significa que eles irão entender claramente o que está certo ou errado, e virão até vocês quando estiverem com dúvidas ou quando precisarem de ajuda.
● Repreendam a atitude errada e não o seu filho, em vez de “você é egoísta” usem“essa atitude é egoísta”, trate os erros como blocos de construção para a aprendizagem.
●Não falam uma coisa e façam outra, seus filhos estão lhes observando. Ensinem através de exemplos, usem esse poder maravilhoso.
●Não resolvam todos os problemas dos seus filhos, se fizerem o trabalho duro sempre, eles nunca desenvolverão as habilidades ou a confiança para descobrirem os problemas por conta própria e a lidarem com frustrações.
● Não esperem filhos perfeitos, em que nunca haverá desobediência ou que nunca responderam em algum momento.
●Não criem seus filhos em uma espécie de bolha, as consequências disso podem ser uma vida marcada por dependência, desilusão e depressão.
●Não transfiram a responsabilidade da educação dos seus filhos para terceiros, as crianças verdadeiramente terceirizadas, ou seja, as que possuem vínculos enfraquecidos com seus pais, provavelmente terão uma relação complicada com figuras de autoridade, pois, ao longo de suas vidas, exerceram autoridade sobre ela, pessoas com quem ela não possuía vínculos afetivos suficientes. Estabeleçam apoios substitutos, parentes, creche, babá, que não tirem sua autoridade, que exista coerência, a ação deve ser conjunta.
● Exerçam sua autoridade com respeito, dedicação, limites, amor e paciência.
●Trabalhem, mas não esqueçam seus filhos, sempre que possível, fiquem com os mesmos, dêem atenção e demonstrem carinho.
●Não sejam pais permissivos demais ou negligentes, as regras e os limites devem sempre existir e estar bem claros.
●Mantenha a calma, uma ansiedade pode ser contagiosa, pausem, respirem e perguntem a si mesmos: o que eu e meu filho precisamos neste momento?
●Tire um tempo para si mesmo, para o casal, com todas as pressões modernas sobre os pais, pode ser difícil, se não impossível. Valorizem-se o suficiente para terem um pouco de tempo e não se repreendam ou se culpem o tempo todo.
● Se não tiverem firmeza e o poder natural suficiente, terão dificuldade em definirem os limites necessários.
●Não sejam pais que optem pelo jeito mais fácil, educar exige dedicação e paciência. Muito cuidado, é mais fácil administrar uma pílula prescrita por um médico certificado do que instruir firmemente uma criança e impor consequências para o mau comportamento.
● Tenham uma maior tolerância quando as coisas não irem bem, aprendemos também com nossos erros.
●Sejam amigos dos seus filhos, mas não se igualem no sentido de perderem a autoridade.
●Não sejam agressivos, seja por palavras, ações, os pais devem dar exemplos de equilíbrio e autocontrole.
●Sobre as falas: “homem não chora ou moça não chora”, tal atitude pode levar ao sofrimento psicológico , dificuldade em expressar emoção e menor probabilidade de procurar ajuda para problemas de saúde mental. Basicamente, não há nada de errado em deixar seu filho sentir o que ele sente.
●Não esperes que seus filhos ajam como um adulto, deixe-os agir de acordo com sua idade.
●Evitem criarem atalhos ou facilitarem tudo para os seus filhos, isso pode prejudicar a sua
autoconfiança e autonomia.
●Não tornem seus filhos totalmente dependentes, dar assistência demais pode reduzir a capacidade de auto-ajuda da criança.
●Se seus filhos estão com medo de fracassarem porque temem que fiquem zangados ou desapontados, eles nunca tentarão coisas novas, a reação dois pais podem causar bloqueios emocionais nos mesmos.
●Evite a comparação entre as crianças, pois isso pode trazer ansiedade, frustração e baixa autoestima. Cada uma tem seu ritmo de desenvolvimento. Devemos respeitar o tempo de cada criança e estimular a habilidade que ainda não está aprimorada para a idade.
●Escutem o que seus filhos têm a dizer, por meio da conversa franca os pais ficam mais conectados com seus filhos e percebem quando algo não vai bem.
●Se o seu filho e vocês pais estão passando por alguma dificuldade ou sofrimento que tem gerado conflitos familiares e não estão sabendo como lidarem, procurem ajuda de um profissional psicólogo.
(O material é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo)
Graziele Oliveira é psicóloga clínica e coach
(33)99141-8174 ou (33)3521-1792
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