A capital federal recebeu nesta semana a presença de representantes do mundo inteiro para debater a crise hídrica e o direito à água
DA REDAÇÃO – O acesso à água e a crise hídrica que ameaça atingir o mundo em breve são os principais temas debatidos nesta semana em Brasília, onde acontece o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) e a 8º edição do Fórum Mundial da Água. Atualmente mais de 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem com a falta de saneamento básico, de acordo com estimativa da ONU. Cerca de 663 milhões não têm acesso a fontes adequadas de água.
Para o deputado federal Leonardo Monteiro, é preciso com urgência debater de maneira democrática e plural o uso consciente da água e reconhecê-la como direito elementar. “Água não é mercadoria e precisamos de valores éticos, ecológicos e culturais sendo norteadores das políticas públicas e de uma nova cultura de acesso. A ameaça de crise no abastecimento mundial é uma realidade cada vez mais próxima e se não falarmos de superexploração de recursos naturais, de preservação ambiental e de defesa pública de nada adianta melhorar a infraestrutura. Não podemos mais aceitar o uso inapropriado do solo e das águas, o desmatamento desenfreado, o desrespeito com a população”, alertou.
Em meio a todo o debate, catástrofes ainda sem solução no Brasil como o rompimento da barragem do Fundão, em Minas Gerais, e o vazamento de minério no leito do Ribeiro Santo Antonio, em Santo Antonio do Grama, foram lembradas. “As vítimas do desastre ambiental em Mariana ainda não foram indenizada de forma justa. A região do Vale do Rio Doce sofre com os danos ambientais gerados mesmo dois anos e meio depois do rompimento e não consegue confiar na água barrenta que ainda sai das torneiras. Milhares de ribeirinhos, agricultores, pescadores e comerciantes precisam lidar com os danos sociais, ambientais e econômicos”, disse Monteiro.
