A crise que se abateu sobre diversas usinas de açúcar e álcool no país faz aumentar o desemprego no Vale do Jequitinhonha. No passado, milhares de trabalhadores saíam da região para trabalhar no corte de cana em São Paulo. Nos últimos anos, a quantidade de pessoas que foram trabalhar fora da nossa região nessas usinas de álcool e açúcar caiu drasticamente. O resultado é que a maioria desses cortadores está desempregada pelos três Vales afora.
A falta de chuva impede o agricultor de produzir, forçando-o a partir, porém, não tendo emprego na região e com a crise lá fora, o jeito é passar fome e ver os filhos passarem fome.
A falta de chuva atrapalha a agricultura familiar. E o ciclo ruim se abate sobre os trabalhadores desempregados. No passado recente já saíram do vale do Jequitinhonha mais de 30 mil trabalhadores, por ano, para o corte de cana nas usinas no interior de São Paulo. Os homens iam trabalhar, deixando suas famílias e uma enorme incerteza para traz.
E não vemos nenhum projeto de governo que ampare esses trabalhadores rurais que dependem de safras para viverem. Se se falta cana para cortarem e café para colherem, falta também a chuva em muitos municípios dos Vales, o que gera total falta de emprego e, um rastro de miséria começa a se formar de novo nos Vales da nossa região.
É preciso fomentar a criação de empregos, é preciso ter os olhos voltados para essa região sofrida e gerar condições de trabalho para essas famílias produzirem seu próprio sustento.
Todo ano vemos festa de toda ordem nesses municípios (carnaval, festa cultural, fim de ano) uma gastança de dinheiro enorme com festa como se tivéssemos o que festejar nesses Vales tão sofridos. Menos festa e mais emprego, é disso que os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus necessitam.
João Domingos é advogado pós graduado em Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador em Ladainha, escritor e diretor executivo de futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni
