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CRÔNICAS DO LOBO

Sebastião Lobo é jornalista, advogado, escritor, autor de vários livros e membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni
Sebastião Lobo é jornalista, advogado, escritor, autor de vários livros e membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni

Natal com banho de sangue e mortes

Sebastião Lobo (Almenara-MG)

Comemora-se o Natal que nunca envelhece porque é eterno. Porque lembra o nascimento do maior líder religioso de todos os tempos: Jesus Cristo. Só que desta vez em meio a um banho de sangue e de mortes, num mundo conturbado e convulsionado pelas guerras fraticidas.

Esta data inesquecível traz muitas recordações boas que enchem o coração e a alma da gente de alegria, como também de uma certa e vaga melancolia, com tanta violência e desamor.

Abrindo as diáfanas cortinas do tempo, nesta doce e suave evocação, surgem pessoas queridas vivas e mortas que tanta falta nos fazem. Como é bom abraçar e cumprimentar cada uma delas física e espiritualmente!

É um momento muito sublime e belo que ofusca com seu brilho intenso e suavisa, os horrores de dias tormentosos que cobrem o mundo de luto, pânico, dor e sofrimento.

Sendo o Natal uma festa da Família Cristã que bom aproveitá-lo neste instante tão preocupante, não para exibir poderio econômico com ostentação exagerada de riqueza e abastança. Mas para se dar vazão ao espirito de fraternidade e de amor com os menos favorecidos pela sorte. Os que só têm o dia e a noite estão sobrevivendo das graças de Deus. Os injustiçados que clamam por dias melhores. Os desempregados que não sabem como manter as famílias. Os que estão doentes num leito de hospital, na solidão do abandono, esquecidos pela sociedade que acha que comemorar o Natal é se empanturrar de bebidas e comidas caras. É gastar exageradamente em época tão difícil com ornamentação de uma cidade. É fazerem o presépio mais bonito e luxuoso, se esquecendo de que o filho de Deus nasceu numa modesta estrebaria ao invés de num palácio de cristal.

O momento é sim, de reflexões, de orações e de revisão dos nossos atos, às vezes paramentados por interesses mesquinhos e reprováveis.

É inclusive oportuno lembrar que “Cristo morreu de braços abertos para não ficarmos de braços cruzados”.

Lembrar Jesus Cristo de verdade é procurar seguir-lhe os exemplos e ensinamentos. É esquecer o ódio e o ressentimento para que tenhamos um mundo melhor, mais justo, mais humano e mais fraterno.

A oportunidade é excelente para que sejamos melhores do que porvertunrasomos, lembrando o Natal apenas por tradição ou simbologia.

Alguns festejam o Natal apenas para tirar proveito próprio da ocasião. Pura hipocrisia.

O nome de Jesus Cristo, o mais santo dos homens que habitaram o globo terrestre, tem sido mais lembrado para venda de motivos natalinos do que outra coisa – inclusive para comercializar a antológica gruta de Belém. Que absurdo!

Por outro lado, é de se lamentar profundamente que neste ano, uma ocasião tão especial, esteja sendo reverenciada, em meio a um banho de sangue e de mortes, como se viu há pouco em Paris – a Cidade Luz.

Que pois, através dos séculos, a presença de Jesus Cristo cada vez mais presente entre seus fiéis seguidores, seja um bálsamo suavizante e um dique poderoso na contenção dos que matam e se matam, pela disputa encarniçada do Poder e do Domínio. Ou simplesmente por nada.

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