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“Cultura, para qualquer parte”; Garotos de Teófilo Otoni fazem filmes caseiros com o celular

“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. A frase do cineasta Glauber Rocha, nascido em Vitória da Conquista e considerado um dos mais geniais do mundo do cinema pela crítica internacional, deu a senha ao dizer esta frase para os produtores caseiros de filmes.

Autor de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, obra-prima do Cinema Novo, Glauber Rocha quis dizer que qualquer um, mesmo sem ter se aprofundado na sétima arte, é capaz de brilhar na tela grande, ou mesmo mostrar sua arte, desde que munido de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Foi assim que um grupo de pré-adolescentes e crianças do bairro São Jacinto, em Teófilo Otoni, Kauan, Lázaro, Gustavo, Wendell, entre outros, acompanhados do pai do primeiro, Juarez Santos (@juarezsantos543 ) estão chegando ao terceiro curta-metragem de suas histórias.

A primeira peça, de pouco mais de 16 minutos, se chama “Os Prisioneiros”, de 2022. Retrata a saga de dois garotos sequestrados por um homem mau, e forçados a trabalhar na zona rural de Teófilo Otoni. No final vários amigos se juntam, prendem o vilão amarrando-o em uma árvore e fogem para um mundo livre e bucólico.

No segundo, “Os Abandonados -Parte I”, com 25 minutos, uma criança abandonada mostra seu dia a dia de catador de lixo e materiais recicláveis pelas ruas da cidade. [Alerta de spoiler] No final, ele e seu cachorro, achado também largado pelas vias, ganham um quarto para morar, em um contêiner abandonado no São Jacinto. O local é guardado por um grupo de crianças de rua. O pano de fundo deste final é uma faculdade do bairro. Nada mais sintomático de uma sociedade que carece de lapidar seus saberes.

Os filmes podem ser encontrados no Yo4T4be, plataforma vizinha de vídeos.

Claro que as filmagens, o enredo, as locações e a linguagem da trama não são merecedores do Oscar (nossa, que exagero o nosso). E nem deveria, afinal o mais notável a ser captado é que basta uma ideia na mão e uma câmera na cabeça (sic) – os smartphones ajudam muito nessa cultura, se bem usados – para que o brasileiro mostre que para vermos sua estrela brilhar, é necessário apenas uma palavra óbvia, oportunidade!!!

Vídeo 👇🏽

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