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Da tela plana ao celular – Por que a televisão está migrando para o mobile?

A ascensão e declive do mercado de Serviços de Valor Agregado

 

Nos últimos 10 anos, dentro do setor de telecomunicações, o mercado de Serviços de Valor Agregado (SVA) tem sido dominado pelas operadoras de telefonia móvel e seu grande alcance de distribuição e monetização. As empresas que desejavam fornecer produtos de SVA tinham que usar o sistema de monetização e mídia das operadoras, o que levou à criação de produtos white label e B2B. Esses produtos evoluíram de forma brilhante, e foi um momento promissor, pois eles trouxeram muitas ideias incríveis para o mercado de SVA.

Infelizmente, o que aconteceu em seguida não estava alinhado às expectativas de criar produtos incríveis. Com o passar do tempo, as operadoras de telefonia móvel perceberam que, independentemente do produto em si, o faturamento e a mídia eram os fatores mais determinantes no mercado de SVA. Como resultado, a qualidade do produto passou para o segundo plano e as mídias ficaram excessivamente agressivas.

Assim, até este ponto, a qualidade dos produtos estava longe de ser ideal. Isso ocorreu principalmente porque o propósito e a usabilidade não eram vistos como ponto crucial como é hoje, e é por isso que a maioria dos serviços foi usado menos de 10%. No atual cenário, temos uma realidade diferente, os usuários possuem diversas opções de produto e o critério passa a ser usabilidade e qualidade. Além disso, a distribuição de conteúdo passa a ser feita, não apenas pelas operadoras como também com players em ascensão como o Google e a Apple.

A tela fica maior

Como é geralmente reconhecido, o fortalecimento do smartphone traduz que as pessoas estão usando seus telefones celulares para muito mais do que simplesmente ligar ou enviar mensagens de texto. Verificar os e-mails, conectar-se com nossos círculos nas mídias sociais, navegar na internet e assistir TV em qualquer lugar são atividades comuns. Mesmo que a pequena tela do telefone provavelmente nunca será uma substituta para nossas TVs domésticas, os aparelhos celulares já afetaram nossos hábitos de visualização e mudaram a indústria de TV.

Neste cenário, é importante levar para o mobile conteúdo especificamente formatado para usuários de dispositivos móveis. Muitas redes de televisão também estão em parceria com produtores de jogos para criar videogames para celulares com base em programas de TV populares, e essa tendência se concentra em games apenas para esse dispositivo e com base em shows que você talvez não tenha associado a jogos, no passado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a NBC está em parceria com o Telltale Games para lançar um videogame para celular do “Law & Order”.

As redes de televisão enxergam estas parcerias como um potencial enorme, uma vez que eles trazem valor para os usuários que têm preferência de consumir conteúdo pelo celular. É uma maneira de manter os espectadores envolvidos com seus programas, mesmo quando eles não estão assistindo à TV propriamente dita. Por isso cresce a importância de começar a adaptar o conteúdo televisivo para dispositivos móveis.

Estamos cientes do fato de que temos vários públicos diferentes: o espectador da TV tradicional que entende as convenções que ela traz e o público mais novo que quer consumir o mesmo conteúdo disponível na TV, mas querem assistir quando quiserem, de forma não linear, com formato ‘sob demanda’. Como os hábitos de consumir conteúdo no celular versus na televisão são muito diferentes, estar consciente de como o comportamento ‘sob demanda’ está evoluindo e manter um equilíbrio é crucial. Ao se conscientizar e garantir que adaptemos o serviço ao cliente, os consumidores terão a melhor experiência possível.

Ricardo Souza é líder B2C da Wavy (nova empresa de conteúdo móvel)

 

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