Vivemos tempos confusos na política e na sociedade brasileira. Parece que quanto mais aprendem, ou adquirimos conhecimento mais nos perdemos na arte de conviver.
As diferenças no Brasil são enormes, e são caracterizadas não apenas pelo físico, mas também pela cultura, pelos costumes, entre outros. Na sociedade plural moderna temos que conviver com as diferenças e nos acostumar com elas. Requer, no entanto, paciência e o dom de saber respeitar os hábitos e as características de outras pessoas. Muitos têm dificuldades de conviver com as diferenças porque em sua casa já tem a discriminação como regra. Aprendem desde criança. E o erro dos pais passa para os filhos. E o racismo então acaba se aflorando.
A grande miscigenação de raças, culturas e religiões aqui no Brasil permite uma camuflagem no racismo que acaba não sendo tão aparente. No entanto, as pessoas ainda cometem atos horríveis e ate impiedosos por causa de raça, religião, partidos políticos e outras coisas. Essa mancha de preconceito não é fácil eliminá-las dos brasileiros. O preconceito existe. E existe de todas as formas. Às vezes da forma mais mesquinha possível.
A mentalidade da discriminação permanece em nossa sociedade e é refletida não só em relação aos negros, sexualidade, alunos de escolas públicas, partidos políticos, religiões, mulheres, moradores da periferia etc. Não esquecendo que o preconceito contra as mulheres existe até hoje, existe de forma dura, não podemos suavizar.
As diferenças existem e temos que aprender a conviver e respeitar.
Mandela certa vez disse que… “A única arma para melhorar o planeta é a Educação com ética. Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” E disse mais…“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
Temos que aprender a debater, criticar e discordar apenas no campo das ideias. Na política, por exemplo, aprendemos a ser inimigos dos nossos adversários políticos – aqueles que pensam diferente de nós. Ora, podemos então aprender a ser amigos. Discordar apenas da ideologia, pois, respeitar o ser humano e suas ideias é o único meio de convivermos bem na sociedade.
Não há necessidade de briga, ou qualquer outro tipo de violência. Após a política não deve existir mais separação e sim coalisão/união, para que nosso município e nosso país recebam a força e os projetos de todos para crescer. É preciso entender com urgência que cada um pensa de uma forma, e o que é bom para mim pode não ser bom para outro. A partir dessa premissa com certeza o mundo será melhor.
João Domingos é advogado pós graduado em Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador em Ladainha, escritor e diretor executivo de futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni