TEÓFILO OTONI – Na noite da última terça-feira (14), no auditório principal do Campus Mucuri da UFVJM, foi realizado um debate com os candidatos a reitores das 05 chapas que concorrem à eleição para a reitoria da universidade (juntamente com seus vices), que tem sua sede central em Diamantina. No bate papo com o Diário, o engenheiro agrônomo Alexandre Christófaro falou dos seus projetos para a instituição, sobre os cortes de verbas na Educação pelo governo federal, autonomia dos demais campi da universidade, a possibilidade de emancipação do Campus Mucuri, dentre outros assuntos. A escolha do novo reitor é feita por meio de uma consulta. Votam técnicos administrativos e professores, porém quem decide pela escolha é o Conselho Universitário (Consu, formado por estudantes, professores é técnicos administrativos). O órgão acata ou não os nomes. Dentre os mais votados, o conselho envia uma lista tríplice para o presidente da República decidir pelo novo reitor. Anteriormente, ou seja, até a escolha do último reitor o governo respeitava o mais bem votado, porém não se sabe, dentre da comunidade universitária, se este paradigma será respeitado. A votação ocorre no dia 22 deste mês. Vale salientar que o voto do professorado tem peso maior na computação do vencedor. Como vice a Chapa 1 tem a professora Flaviana Tavares, docente da UFVJM, e que já lecionou no Campus Mucuri, ainda no Caic. Confira a íntegra da entrevista nesta edição do jornal.
DIÁRIO – Inicialmente nos apresente quem é o professor Alexandre Christófaro.
ALEXANDRE – Sou Engenheiro Agrônomo formado pela Esal (UFLA) em 1985, mestre em Ciências pela Esal (UFLA) em 1990, doutor em Agronomia pela Esal (USP) em 1997. Realizei estágio de pós-doutoramento na Univerdad de Santiago de Compostela – Espanha em 1999. Trabalhei de 1986 a 1989 na Iniciativa privada e em 1990 iniciei a docência na UNIFENAS, onde permaneci por 13 anos ministrando aulas, fundando e coordenando cursos de pós-graduação Lato e Stricto Sensu e exercendo a função de Editor da Revista da Universidade de Alfenas. Em 2002, passei no concurso e ingressei na então FAFEID, posteriormente transformada em UFVJM em 2005. Coordenei o primeiro programa Stricto Sensu de pós-graduação da UFVJM em Produção Vegetal e em 2006 fui nomeado coordenador geral da pós-graduação. Em 2007, assumi a função de pró-reitor de pesquisa e pós-graduação. Durante 8 anos de exercício nesta função estruturamos todo o sistema de pesquisa e pós-graduação da UFVJM. Neste período, foram criados 20 programas de pós-graduaçãoStricto Sensu, com 20 cursos de mestrado e 6 cursos de doutorado. Capitamos mais R$ 22.000.000,00 de reais em editais FINEP, CAPES, CNPq, FAPEMIG, que permitiram construir e equipar com equipamentos de alto desempenho 9 laboratórios de pesquisa multiusuários, sendo 1 deles no Vale do Mucuri. Fui membro do Conselho Curador da FAPEMIG e atualmente sou Coordenador de 2 Câmaras de Assessoramento da FAPEMIG (CRA e fundação RENOVA). Sou consultor ad hoc da CAPES e CNPq. Ministro duas disciplinas de graduação e duas de pós-graduação e oriento alunos de iniciação científica e de mestrado, doutorado e pós-doutorado em dois programas de pós-graduação (Produção Vegetal e Geologia). Sou professor titular da UFVJM, pesquisador mineiro pela FAPEMIG e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq.
Por que o senhor se candidatou a esta função?
Para contribuir com a consolidação da UFVJM como Universidade multicampi, formadora de profissionais altamente qualificados, cidadãos conscientes, produtora de conhecimento e inovação, com inserção regional e responsabilidade social nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, bem como nas regiões Norte e Noroeste do Estado de Minas Gerais.
Qual o diferencial da Chapa 1 para as demais?
Em tempos obscuros, onde a Universidade , gratuita e de qualidade vem sendo diuturnamente atacada. Entendemos que a Universidade é plural, espaço permanente para o debate que agregue minorias, maiorias, todas as ideologias, religiões e orientações sexuais. Defenderemos a democracia incondicionalmente e o foco da gestão será o estudante. A grande maioria dos nossos discentes pertencem às classes C, D e E. A assistência estudantil, a minimização da retenção e da evasão serão priorizadas.
Muito se comenta no Campus Mucuri que a administração da UFVJM fica muito concentrada em Diamantina, o senhor tem alguma proposta diferenciada nesse sentido, ou seja, de dar mais autonomia aos demais campi?
Sim. Defendemos a descentralização administrativa e financeira de todos os campi fora de sede. Mas, para que esta ação ocorra, é necessário formar equipes, estruturar estes campi e propiciar treinamento adequado aos servidores técnicos administrativos.
Pode haver ainda, um sonho da comunidade teófilo-otonense, um desmembramento da Universidade em Diamantina, ficando Teófilo Otoni com uma universidade própria e autônoma?
Entendemos que o momento é de União e resistência. Mas, o campus do Mucuri deve debater esta questão, tomar a decisão e encaminhar ao Conselho Universitário. Contudo, quem cria uma nova Universidade é o Ministério da Educação.
Como o senhor vê a atual administração federal da União (e do MEC) em relação à Educação no país?
Com muita preocupação. Mas, o gestor deve abrir frentes de diálogo com o Ministério da Educação, lideranças políticas, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Temos que resistir e buscar recursos e parcerias para a consolidação da UFVJM.