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DIÁRIO entrevista o polêmico cabeleireiro Silvano Ramos

catsEm entrevista inédita, o barbeiro falou ao jornal sobre sua profissão, seu ativismo político na cidade, e ainda deu pitacos sobre o atual cenário da política nacional

TEÓFILO OTONI – O cabeleireiro Silva Ramos, 44 anos, é uma figura que já faz parte do folclore político da nossa cidade. Cidadão teófilo-otonense, “cidadão de atitude” [como se auto-intitula] é conhecido por seu engajamento político, notadamente de esquerda, tendo chegado a se candidatar a vereador nas últimas eleições municipais pelo Partido dos Trabalhadores.  Proprietário de um salão de beleza na rua Padre Virgulino, próximo ao morro do bispo, ficou famoso por disponibilizar um grande painel em frente à sua barbearia onde denuncia a corrupção no Brasil e na cidade, chegando a afixar fotografias de políticos corruptos (na opinião dele) do município e do país. Decidiu-se por ser cabeleireiro ainda jovem e vindo de uma família humilde, trabalha desde a infância e escolheu a profissão, onde já atua a 31 anos,  porque, segundo o mesmo, era uma profissão boa e honrada na época e, sem dúvida, ainda hoje.  Seu salão se destaca e é conhecido pela qualidade e presteza no atendimento e também, claro, por seu proprietário sempre polêmico. Nesta singela entrevista Silvano nos conta um pouco de sua história.

 

DIÁRIO – Primeiramente fale um pouco de sua formação e de seu trabalho como cabeleireiro.

 

SILVANO – Minha conduta foi desde muito cedo embasada na educação que recebi de minha mãe, pois cresci sem pai, mas mesmo assim ela me ensinou desde a infância o que é ser um homem, me ensinou a ter coragem e também caráter. Quanto ao meu trabalho estou muito satisfeito, pois graças a ele pude criar minha família com honradez e honestidade o que, sem dúvida, enobrece a qualquer pai de família.

 

Falando em política, meio no qual você tem se enveredado ultimamente, pretende se recandidatar nas próximas eleições municipais?

 

Sim. Me candidatei em 2012 e tive então 275 pelo Partido dos Trabalhadores. Fui o quinto candidato mais votado do PT e cheguei a ficar como suplente, mas atualmente não sou mais filiado ao partido. Nesse ano disputarei o pleito eleitoral pelo PC do B nas eleições para vereador.

 

Por que a preferência pelo PT e mais recentemente pelo PC do B?

 

Escolhi o Partido dos Trabalhadores porque assim como a maioria dos brasileiros depositavam suas esperanças nesse partido, também eu acreditei nas propostas do PT. No decorrer da minha militância partidária, no entanto, percebi que o PT tomou um rumo que eu discordava e por isso não poderia mais permanecer como filiado, mesmo reconhecendo o grande trabalho realizado no passado pelo PT no país e na nossa cidade. Optei então pelo PC do B porque sou voltado para a causa dos trabalhadores e a para a causa das pessoas menos favorecidas, e o PC do B é um partido que abraça essa causa da classe trabalhadora, e o Brasil é um país de trabalhadores. Além de cabeleireiro me tornei também um formador de opinião ao longo de 20 anos, me opondo a toda a corrupção sistemática na cidade e no país. Basta comentar que sempre recebi de muitas pessoas os comprimentos. Elas vêm me parabenizar pelas atitudes que tomei e tenho tomado. Do decorrer desses anos de luta fui processado por políticos importantes da nossa cidade e também por juízes que não suportaram a verdade que aqui tenho deixado escrito em meu painel.

 

Como você vê o atual momento político?

 

A política municipal, e isso já ao longo de sua história, e eu sou testemunha disso, tem sido a política do quem faz menos. É assim: se elegem políticos em nossa cidade para ver quem faz menos pelo município enquanto em outras cidades se elege para ver quem faz mais pela cidade. Já no Brasil no momento atual eu não poderia jamais reconhecer um governo golpista que afrontou tanto a democracia e a constituição brasileira. Tomaram o nosso país à força. É tão verdade que vários países já declararam o governo Temer como ilegítimo. A minha tristeza é ver que muitos brasileiros reconhecem esse governo criminoso.

 

Gostaria de deixar alguma consideração final?

 

Eu, Silvano Ramos, gostaria de dizer aos leitores que nunca comprei nem um eleitor para votar em mim, jamais compraria, como fazem a maioria dos bandidos que se dizem políticos no nosso país e, por fim, gostaria de agradecer a todas as pessoas que acreditaram e ainda acreditam em mim.

 

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