TEÓFILO OTONI – O advogado Dr. João Domingos milita há mais de 10 anos no campo da política na região nordeste de Minas Gerais, abrangendo os Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus. Atualmente está no terceiro mandato como vereador na cidade de Ladainha pelo PSB. Sempre afeito às discussões e propostas em prol do desenvolvimento regional, decidiu tentar alçar voos mais altos neste ano de 2018. Dr. João Domingos é uma aposta pelo novo na representatividade política em nível nacional pelos Vales, como ele próprio salienta. Atualmente percorrendo trechos mais longínquos do estado, esteve em Ouro Preto, Belo Horizonte, fechou apoios no Vale do Aço e Alto Caparaó, além de ser cortejado pela cúpula do partido na capital estadual, de olho na expansão do PSB em Minas, sempre apostando em nomes leves e sem arestas com a velha política. Confira na íntegra a entrevista desta edição visando esclarecer aos leitores do jornal DIÁRIO como pensam os pretensos ocupantes a cargos parlamentares pela região a partir dos próximos quatro anos.
DIÁRIO – Primeiro, nos conte por que o senhor, após uma bem sucedida inserção política em Ladainha, decidiu sair candidato a deputado federal pelo nordeste de Minas Gerais°
JOÃO DOMINGOS – Minas vive um momento muito ruim na politica. Os políticos que hoje detêm mandato não estão fazendo o dever de casa corretamente. São muitos os políticos que hoje estão envolvidos na ‘Lava-Jato’ e em outras frentes de investigações. A velha politica vem imperando gerando insatisfação aos eleitores. Decidi sair pré-candidato para apresentar ao povo de Minas uma oportunidade de votar em nomes novos, em nomes que não estejam envolvidos na corrupção.
DIÁRIO – Qual diferença de atuação o senhor teria em relação a estar na Câmara Federal representando os Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus.
Os parlamentares tem que ter o olhar voltado para as questões sociais, uma visão de misericórdia em relação às dificuldades das pessoas que moram aqui nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha e São Mateus. É um povo sofrido. Faltam empregos, faltam oportunidades e ao longo de anos políticos vem buscam o voto e desaparecem. OS problemas continuam aqui no colo dos trabalhadores dos nossos Vales. Minha atuação terá a serenidade de trabalhar para os mais necessitados, buscar soluções para as famílias, para os trabalhadores rurais que estão abandonados. Discurso bonito não resolve os problemas das pessoas. É preciso agir junto ao governo estadual e federal para que os Vales do Mucuri Jequitinhonha e São Mateus sejam vistos e tenham voz no parlamento federal.
DIÁRIO – Qual sua principal bandeira política, em termos de atuação e representatividade política?
Temos muitos problemas na nossa região. Mas nossos maiores problemas são, sem duvida, a falta de empregos, o sucateamento da saúde, a segurança publica abandonada e o completo descaso com o servidor publico. Não tenho duvida de que o agroturismo é uma das alternativas para viabilizar empregos nos nossos Vales. O agroturismo é praticado nos principais países do mundo e em muitos municípios brasileiros. E os resultados são espetaculares. Fixa o homem no campo, fixa as famílias no campo e abrem um leque para empregos para muita gente. Outra vertente que venho lutando e escrevendo a respeito é o distrito industrial. Precisamos pensar que o distrito industrial é a vitrine para que empresas possam buscar espaço para instalarem em nossa região. Logicamente que dependerá dos gestores municipais que são responsáveis diretos por apresentarem as condições ideais para que as empresas tenham interesse em vir para a nossa região. Assim lutaremos para viabilizar os hospitais nas pequenas cidades. Com os pequenos hospitais trabalham em sua capacidade máxima e atendendo sua população diretamente nos serviços possíveis resolveremos a atual crise de atendimento que temos no Santa Rosália, que hoje de forma hercúlea vem atendendo as cidades vizinhas. Em relação à segurança, me preocupo muito com a segurança do homem do campo. O trabalhador rural está abandonado sofrendo todo tipo de violência. É preciso que sejam criadas no âmbito das regionais da Policia Civil, a delegacia especializada para atender as demandas contra os trabalhadores rurais. Os boletins de ocorrência e inquéritos teriam uma celeridade maior se tiver esse canal de investigação especifico. Sou a favor de que se crie os Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus as “Delegacias Rurais” para atender especificamente os casos de crimes cometidos contra os trabalhadores rurais. Os servidores públicos estão abandonados de forma covarde. Sem salários razoáveis, com o pouco que ganham parcelados, muitos começam a desistir do serviço publico. Olha o caso dos professores do estado de Minas. Com salários parcelados, e totalmente defasados. O professor que forma todas as categorias ganha menos que todos. A classe da magistratura, ganhando em sua maioria, no teto máximo do país, já estão reclamando na imprensa que precisam de aumento. Eu não vi os deputados e nenhuma outra classe se preocupando com os professores. É uma classe sofredora que precisa de apoio dos parlamentares, apoio de alguém que se torne a voz da categoria pais afora.
DIÁRIO – O que o senhor acha da candidatura de Márcio Lacerda ao governo de Minas? O senhor acha que a chapa dele vai vingar?
Marcio Lacerda na minha visão seria o nome da terceira via sem duvida, homem sereno, ex-prefeito em dois mandatos vitoriosos em BH, visão empreendedora, e tem sangue aqui dos nossos Vales. Temos uma questão jurídica que precisa ser resolvida no TSE. Ate a presente data estou confiante que dará certo. O grande medo do PSDB e do PT é o crescimento natural da terceira via que Marcio Lacerda representa. Sendo viabilizada a candidatura junto ao TSE não tenho duvida que Marcio ganha as eleições em Minas. Os mineiros estão cansados da polarização PT – PSDB. Estamos suspirando por novos ares, novas possibilidades e o povo mineiro quer mudanças sem duvida.
DIÁRIO – Em quais áreas, na opinião do senhor, o nordeste de Minas Gerais é mais deficitário, mais carente de atenção?
Sem duvida na questão do emprego. Os filhos de nossas famílias precisam ir embora de casa para conseguir uma oportunidade na vida. Entristece o pai, a mãe, os irmãos e entristece aquele que tem que ir embora por falta de oportunidade. É preciso corrigir esse gargalo. É preciso produzir empregos nos Vales com urgência.
DIÁRIO – A bandeira do não corrupto, do nome não apregoado à velha política, está em voga neste pleito. O que o senhor tem a nos dizer sobre isso?
A velha politica precisa ser extirpada do nosso meio. A corrupção precisa ser erradicada de vez das praticas politicas. A saúde, a educação, a segurança pública, os investimentos públicos estão pagando o preço da corrupção no Brasil. Por causa da corrupção e das raposas da politica brasileira e mineira os investimentos no social estão diminuindo e nossas instituições que amparam o povo estão sem recursos.
DIÁRIO – Como fazer uma campanha que está grande, digo, a sua já se expande por várias partes do estado, para além da região, sem grandes recursos financeiros ou apoio de conglomerados empresariais locais. Dá para vencer com a política do pé no chão? Porque?
Nossa politica cresce na medida em que as pessoas vão entendendo que não participamos da velha politica. Temos um projeto de politica que o beneficiário sempre será a sociedade mineira. Não temos recursos financeiros, fazemos a politica do pé de ouvido e não aceitamos apoio de empresários ou qualquer tipo de dinheiro que não seja republicano. Aliás, não aceitarei sequer apoio das verbas de fundo partidário. O Congresso aprovou 1.700,000,000,00 (Hum bilhão e setecentos milhões de reais) para que políticos possam sair por aí torrando dinheiro publico e comprando votos. Uma vergonha nacional. Farei politica de forma simples, sem dinheiro e com uma vontade enorme de mudar a mente das pessoas para que elas entendam que quando trocam seu voto por dinheiro, elas perdem o direito de cobrar depois do politico que pagou pelo seu voto. Venceremos com o pé no chão se o eleitor entender a diferença entre políticos sérios e novatos dos políticos corruptos e que já tem mandatos.
DIÁRIO – Nos fale sobre sua plataforma de campanha e de governo, e como pretende viabilizá-la, caso eleito.
De forma simples, sem promessas eleitoreiras, trabalhando sempre com a verdade. Politico que promete, sem ter sido sequer eleito, está mentindo e colocando em xeque a inteligência do eleitor. Em campanha estaremos conversando com as pessoas pelas estradas de Minas e pelas redes sociais mostrando a necessidade de mudanças urgentes na forma de fazer politica. Agiremos nos primeiros três meses para que os privilégios dos deputados sejam colocados em discussão e que haja diminuição de salário dos deputados e extinção de verba de auxilio moradia, auxilio paletó, passagens aéreas ilimitadas, plano de saúde caríssimo, valores exorbitantes de verbas de gabinete e uma série de outras benesses. E prosseguiremos firmemente na busca de recursos para os nossos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus, para mudar esse quadro de desemprego e da falta de segurança publica que entra governo e sai governo nunca mudou em Minas.
DIÁRIO – Deixe suas considerações finais os leitores.
Minas precisa de mudanças urgentes. Minas precisa mudar de mãos, mudar a forma de governar. E na Câmara Federal é preciso que o eleitor mineiro entenda que se ele não provocar uma mudança com o seu voto, Minas continuará nas mãos de políticos-raposas que pensam apenas em si mesmo. Precisamos de politicas públicas para as famílias, para o trabalhador rural, para que os jovens tenham uma oportunidade de aprender, se profissionalizar para entrar no mercado de trabalho. Nossos Vales não crescerão sem emprego, sem segurança para o trabalhador rural e sem investimentos no esporte. É preciso com urgência se preocupar com o esporte nos nossos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus. Investir em todas as modalidades do esporte é uma forma de alavancar os Vales para o cenário nacional.
