Existem informações e existem conhecimentos. Existem habilidades e existem competências. E, acreditem, existem educações. O plural da palavra nos remete que sim, há várias maneiras de desempenharmos o papel que denominamos educação. Assim como não há apenas uma maneira de ensinar, não há também apenas uma maneira de aprender. Essa frase parece clichê, mas a repetição da mesma se dá exatamente pela falta da prática que ela estabelece.
Quando falamos sobre educações, podemos entender que há diversas situações educativas e estas podem ser formais, não-formais ou informais. A diferenciação destas situações vai depender da intencionalidade do educador e do sistema de ensino.
Uma educação formal, por exemplo, é um sistema educacional institucionalizado, com nivelamento cronológico e estrutura hierárquica e remete a uma escolarização de transmissão deliberada de conhecimentos e conteúdos, que na maioria das vezes são isolados e/ou fragmentados. A princípio, não tem utilidade prática e serve apenas para cumprir burocracias escolares e quase nunca funcionam efetivamente.
Educação não-formal é complementar ao sistema regular de ensino, mas ocorre fora dele. É uma educação continuada, intencional e tem um objetivo particularizado. Uma educação voltada especificamente para o ingresso no Enem, por exemplo, é o que podemos considerar como uma modalidade de educação não-formal. É funcional para o objetivo a que se propõe, mas ainda continua irreal e, apesar de remeter a uma contextualização, o próprio “Ensaio para a Vida” apresenta-se injusto pois exige dos jovens o que nem sempre é abordado na modalidade formal nas salas de aula.
Uma informalidade a respeito da educação dá-se através de um processo contínuo no qual cada indivíduo adquire e acumula conhecimentos e habilidades de acordo com suas experiências cotidianas e de sua exposição ao meio envolvente. Nem sempre este tipo de educação é necessariamente organizada e pode incluir processos educativos bem diferentes da modalidade tradicional. Apesar da diferença no que diz respeito ao tradicionalismo tem um caráter prático, moderno, individualizado e condizente com a realidade dos jovens que, hoje em dia, são completamente diferentes dos jovens de outrora.
Sendo assim, sabendo da existência de variados tipos de educações é necessário ao educador reavaliar sua prática e direcioná-la. Somente desta forma é que poderemos ter uma educação verdadeiramente eficaz. O Educador e psicanalista Rubem Alves por exemplo, nos diz que é preciso que haja um professor de espantos, que é o professor que instiga o aluno a pensar e a questionar, ao invés de dar as respostas prontas. Assim como o professor José Pacheco, fundador da Escola da Ponte em Portugal que propõe desde a década de setenta uma escola inovadora, sem aulas, sem classes, sem provas; e que ainda assim garante excelência no que propõe.