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Entrevista exclusiva: Daniel Sucupira fala suas impressões como prefeito após a primeira semana de governo

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TEÓFILO OTONI – O Jornal DIÁRIO realizou uma exclusiva entrevista com o prefeito Daniel Sucupira (PT), ao final da sua primeira semana de governo. O chefe do executivo municipal apontou os desafios, as questões positivas já implantadas e as dificuldades à vista. Ainda no bate papo com a reportagem, Sucupira falou sobre o pagamento dos salários de dezembro atrasados, o 13° de algumas categorias que ficaram sem receber, a posse dos concursados e a epidemia de febre amarela e dengue. Confira, na íntegra, as impressões do prefeito diante da sua primeira semana de governo em relação ao município que vai governar pelos próximos quatro anos. Otimismo, união, diálogo e a busca de parceiras e muito trabalho são a sua marca.

 

DIÁRIO – Daniel, quais são suas impressões em relação ao município, da Prefeitura, do ato de administrar a cidade nesta primeira semana de governo?

DANIEL SUCUPIRA – O desafio todos nós sabemos que é muito grande. Eu não tinha dúvidas disto. E, em realidade, este desafio desperta em nós a vontade de fazer a diferença por nosso município. Como vereador acompanhei de perto a atuação do prefeito, por isso sei muito bem dos desafios. Realizamos um mandato [parlamentar] com posições muito firmes em defesa do povo da nossa cidade, do patrimônio público e do servidor público municipal. Ao entrar na Prefeitura, percebi que a situação é um pouco mais difícil, por conta de situações que vão além da gente. Nesse sentido, tivemos algumas surpresas muito ruins. Uma delas diz respeito aos recursos da repatriação transferidos [ao município] pelo governo federal. Estes recursos deveriam ser utilizados para o pagamento dos servidores municipais. Porém, no primeiro dia de trabalho, na segunda-feira (02), às 6h50, junto ao nosso secretariado, percebemos que a administração anterior, ao invés de utilizar os recursos para pagar o funcionalismo, pagou a empresa que recolhe o lixo e a COPERTUR. Isso nos deixou numa situação muito difícil. Sabemos que o servidor público municipal tem as suas necessidades, e precisa do trabalho para honrar sua vida e a vida das suas famílias. Além disso, a administração anterior não conseguiu cumprir o piso do Fundeb, com quase R$ 2 milhões de diferença. Teremos que utilizar da verba própria para repor este recurso. Outra grande preocupação, nesse momento, é uma folha de pagamento que engloba o 13º salário de diversos servidores, juntamente com a folha do mês de dezembro. E, neste momento, nós não temos dinheiro para efetuar o pagamento. Estes são nossos desafios, nossos grandes desafios. Outro grande desafio diz respeito à necessidade de nomearmos os servidores aprovados no concurso público, pois estamos desguarnecidos de servidores em locais estratégicos da Prefeitura. Para termos uma ideia, nos deparamos com cemitério sem coveiro, prédios públicos sem auxiliares de serviço, secretarias municipais totalmente vazias e sem pessoas para vir trabalhar. Esta situação é muito delicada, haja vista que a lei tem que ser cumprida, e nós queremos trabalhar dentro da legalidade, chamando as pessoas do concurso, mas sequer servidores na divisão de recursos humanos nós temos para conseguir viabilizar a contratação dos servidores que passaram no concurso.

 

Em relação a outros desafios…

 

Temos diversos desafios pela frente. Elaboramos o plano de ação imediata de cada uma das secretarias, e, no momento desta entrevista (final da tarde da última sexta, dia 06), eu estou reunindo todo o secretariado para que cada um possa passar esse planejamento, que foi elaborado com vistas às ações emergenciais da prefeitura. Outra grave situação  é sobre o surto de dengue já anunciado em nosso município. Temos problemas sérios relacionados a suspeitas de febre amarela em Teófilo Otoni, juntamente com a crise dos hospitais.

 

E sobre questões positivas destes primeiros dias.

 

Em relação a questões positivas, destacamos nessa primeira semana de governo o encontro com os servidores públicos municipais. Nosso objetivo foi pedir licença, dialogar com os servidores, dizer que estamos chegando com muita vontade de fazer o trabalho em prol do povo da nossa cidade. Na ocasião, reunimos todos os servidores no prédio da prefeitura, no Caique com os servidores da educação e da assistência, no Palmeiras com os servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Reunimos também com os servidores do Parque de Obras, que engloba os Serviços Urbanos, Agropecuária e a Secretaria de Meio Ambiente. Enfim, esta foi uma ação importante nossa, de dialogar com o servidor no momento em que nós entramos. Convidamos também as forças políticas que nos apoiaram nessa eleição, para dialogar e nos colocar à disposição, afinal são parceiros que construíram essa caminhada conosco. Queremos que eles nos ajudem a conduzir Teófilo Otoni. Outra boa notícia é que repassamos, nesta sexta, R$ 4,2 milhões para o hospital Santa Rosália. Este é o recurso repassado para a conta do município, oriundo do Ministério da Saúde, fruto de um movimento feito por diversas autoridades de Teófilo Otoni, como o procurador do ministério público, o nosso interventor José Roberto Corrêa (vice-prefeito e secretário de Saúde), que atua na comissão de transição do Hospital Santa Rosália, o deputado Fábio Ramalho (PMDB), o governo do estado de Minas Gerais. O compromisso que firmei com o diretor financeiro do Hospital Santa Rosália foi o de garantir que os recursos da saúde que adentrarem nas contas da prefeitura, que sejam repassados na sua totalidade e integralidade para o atendimento das necessidades desses prestadores do serviço público de saúde do nosso município.

 

Como que o atual governo está lidando com a situação do cabide de emprego, ou seja, a de pessoas a todo instante pedindo emprego? Pelo menos essa é a informação que recebemos de secretários e pessoas próximas do primeiro escalão, que, inclusive, acumulam pastas e mais pastas com currículos.

 

Olha, é legítimo as pessoas procurarem o prefeito eleito, os vereadores e os secretários municipais para pedir trabalho. Temos que respeitar o pedido das pessoas, haja vista que temos vivido um momento de crise muito difícil. Brincaram demais com o Brasil. Essa é a crise de um país que há três anos não consegue fazer praticamente nada por conta dessas operações, por conta do impeachment e de outras coisas. O país não avançou e a economia está sentindo este impacto. Isso leva o trabalhador a ficar sem oportunidade de trabalho. Os investidores não estão investindo. A construção civil está retraída, não está avançando. Diversos outros setores produtivos também não estão caminhando. O que resta a essas pessoas? É pedir um trabalho. Tenho deixado claro que nós não temos condições de contratar, porque a prefeitura tem que dar posse aos servidores que passaram num concurso público. Isso é um cumprimento de uma legislação. É importante que isso ocorra para que o sistema de previdência da prefeitura também possa sair fortalecido. O nosso papel, de fato, não é empregar todas as pessoas que querem ou que precisam trabalhar. O nosso papel é suprir o município de investimentos, de investidores, buscar canais de fortalecimento junto a empresas de diversas categorias. Investindo no município, a nossa população terá acesso ao mercado de trabalho. Fizemos este esforço e instituímos, com a nomeação do pastor Jonas Boaventura na Secretaria Municipal de Trabalho Emprego e Renda, esse objetivo, o de criar canais de qualificação, de capacitação, inserção dos jovens no mercado de trabalho, entre outras alternativas. Entendo que para melhorar e criar mais oportunidades, é preciso que todos entremos nessa grande corrente positiva, essa corrente do bem, de dias melhores para nossa cidade, com trabalho e dedicação de todos.

 

O prefeito fez referência à dificuldade em estar pagando os salários atrasados. O senhor tem um prazo estipulado para resolver essa situação, o dos salários de dezembro e o 13° de algumas categorias que estão atrasados?

 

Convidamos os gerentes das nossas contas na Caixa Econômica Federal, e solicitei um repasse qualificado daquilo que se encontra em cada conta do nosso município. Solicitamos também uma agenda com o Banco do Brasil, que é o banco onde outras contas do município se encontram. O banco também vai fazer esse repasse qualificado para nós. Solicitei da Secretária Municipal de Fazenda e Administração todos os dados relacionados à folha de pagamento dos servidores públicos. Infelizmente o que a gente sabe é que a administração anterior pagou o salário dos seus comissionados, pagou diversos prestadores de serviço, mas não priorizou o servidor público municipal, e esse servidor ele precisa do seu dinheiro. Busquei empréstimo junto à Caixa Econômica Federal e infelizmente a informação que recebemos é que a prefeitura não tem capacidade de endividamento, ou seja, a prefeitura deve demais por conta da compra das ações da ZPE e por conta dos empréstimos que foram feitos. Busquei também junto ao Banco do Brasil empréstimo para adiantarmos o pagamento do servidor, mas infelizmente a mesma resposta: que o município não tem condições de pegar empréstimos para essa finalidade porque deve demais. O que posso dizer, é que me vejo hoje numa situação difícil, mas que será resolvida, pois temos que cumprir esse compromisso com os servidores que deram duro, que deram o suor, trabalharam e são dignos de receber o pagamento, com o de uma prefeitura, nesse momento, sem dinheiro para fazê-lo. Mas isso é uma dificuldade que, se Deus quiser, nós vamos superar. Estamos trabalhando pesado e em breve quero contar com esse meio de comunicação, que é o Jornal Diário de Teófilo Otoni, pela sua amplitude e sua capacidade de levar as informações junto às pessoas, para informar à população e aos nossos servidores, qual que é o prazo e o encaminhamento que nós vamos dar para essa questão do pagamento do 13° salário dos servidores que não receberam, e, também a folha de pagamento de dezembro.

 

Ainda sobre a questão dos concursados. A algum prazo para a posse deles?

 

Solicitei da Procuradoria Jurídica, as informações jurídicas relacionadas ao concurso.  Solicitei as listas dos nomes que foram aprovados, todo o processo determinado por conta da empresa que prestou o serviço, e todas as informações relacionadas à legalidade do concurso, para aí procedermos com a posse. Claro, é necessário fazermos uma análise de impacto do número de servidores que serão convocados para tomarem posse, tendo em vista a situação de calamidade financeira que o município vive. Temos que trabalhar com muita cautela, muito cuidado, pensando na sustentabilidade do município de Teófilo Otoni, pensando em melhores serviços prestados à nossa população.

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