Milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais da região (segundo entidades organizadoras) participaram de uma das maiores manifestações de rua do nordeste mineiro, em protesto contra a reforma da Previdência Social
TEÓFILO OTONI – Convocados pela Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), integrantes de 62 sindicatos de trabalhadores rurais e urbanos dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, realizaram nesta quarta-feira (15), em Teófilo Otoni, uma grande mobilização contra a Proposta de Emenda Constitucional 287/2016, que promove uma ampla reforma na Previdência Social, entre elas o aumento do tempo de serviço e de contribuição ao INSS para a aposentadoria.
Segundo a diretoria regional da FETAEMG, composta pela diretora de previdência, Maria Alves de Souza, o diretor de política agrícola, Marcos Vinicius, o diretor do Polo Mucuri, Joaquim de Poté, e a diretora do Polo Jequitinhonha, Maria das Graças, mais de cinco mil pessoas participaram da caminhada.
A manifestação teve inicio logo pela manhã, às 9h, com concentração em frente o SAMU. Em seguida, os trabalhadores iniciaram uma passeata pelas principais ruas da cidade, entre elas, Avenida Getúlio Vargas, Praças Tiradentes até o INSS, no Bairro Marajoara. De acordo com os manifestantes, a PEC 287 é altamente prejudicial para a classe trabalhadora, em especial, para os trabalhadores e trabalhadoras do campo, que enfrentam condições adversas de trabalho.
Para a quilombola da cidade de Ouro Verde de Minas, e diretora regional de previdência da FETAEMG, Maria Alves, “a luta não para aqui, seguiremos em marcha sempre, perder nossos direitos é que não aceitamos, pois os benefícios previdenciários é a maior sustentação dos municípios das regiões Mucuri e Jequitinhonha e maior conquista dos trabalhadores e trabalhadoras rurais desde pais”.
Já a manifestante Janete Souza apontou a força elucidativa do movimento, afirmando que a sociedade tem muito a perder se esta reforma for aprovada. “Nós pretendemos mostrar à sociedade o que está em jogo com a reforma proposta pelo governo do presidente Temer. Temos muito a perder e esse impacto vai ser muito grande nas famílias, principalmente dos trabalhadores do campo”.
Reforma: tempo a mais de serviço
A nova regra iguala e aumenta de 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens) para 65 anos a idade mínima para o trabalhador e a trabalhadora rural se aposentarem. A mudança também estabelece a obrigatoriedade de uma contribuição individual, tendo renda ou não da agricultura, ignorando as variações sazonais. Atualmente essa contribuição é feita de forma indireta por meio da comercialização da produção e da comprovação na atividade rural, levando em consideração as condições da safra. Organizada e coordenada pela Fetaemg e seus 529 Sindicatos nacionais filiados, representando mais de 1,5 milhão trabalhadores e trabalhadoras rurais, a atividade foi realizada em outras regiões do país como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
A mudança também estabelece a obrigatoriedade de uma contribuição individual, tendo renda ou não da agricultura, ignorando as variações sazonais. Atualmente essa contribuição é feita de forma indireta por meio da comercialização da produção e da comprovação na atividade rural, levando em consideração as condições da safra.
(Fotos crédito: Paraíba)