O governo Temer virou gelatina. A greve dos caminhoneiros expôs a fragilidade do governo Temer e o distanciamento da sua base diante das seguidas demonstrações de inabilidade do Palácio do Planalto. A fragilidade é tamanha que ele já desistiu de se candidatar à reeleição e lançou a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) ao Planalto, mesmo que desagradando aliados, Michel Temer viu o país parar por conta dos bloqueios nas rodovias e o desabastecimento. A tensão está sendo tanta que os senadores se reuniram, na noite de quinta-feira, a portas fechadas no gabinete do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para avaliar a gravidade da crise. Não sobraram críticas à demora do governo em agir e à postura do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Ou seja, Pedro Parente agora será considerado culpado de tudo pelo governo. Ainda que seja culpado pelas mazelas da alta constante de combustível, o governo já vinha definhando há muito tempo. Governo sem alma, sem cara, apenas uma vontade imensa de ferrar com o trabalhador brasileiro.
A inoperância do governo é tamanha que ao tentar negociar com a organização do movimento, negociou com as lideranças erradas. Se preocupou em prestigiar a CNT e quebrou a cara. Temer é hoje persona non grata ao país. O povo brasileiro tem por ele verdadeiro ódio.
Nem nos tempos de Sarney alguém foi tão demonizado e ficou com tão baixa avaliação. No meio da paralisação dos manifestantes, o presidente deixou as discussões e foi ao Rio de Janeiro entregar carros numa fábrica de Resende num dia em que o país estava parado por problemas com o combustível. Não podia ter um dia pior para fazer esse tipo de evento. E a assessoria nada falou, ou ele é tão arrogante que houve a assessoria.
A crise no Brasil é longa. É econômica e política e, é principalmente, de gestão. Ninguém se entende em Brasília. Cada um olha apenas para seu umbigo e o quanto vai ganhar com a crise.
O Brasil quer resultado. Tem que zerar a CIDE, tem que zerar o PIS/COFINS e tem que obrigar os governadores a baixar 50% do ICMS sobre combustíveis e isto tem que ser rápido.
Depois que atenuar essa crise, os políticos tem que entender que o povo brasileiro vai continuar querendo resultados. É preciso cortar na carne. Deputados federais não precisam de 27 assessores, não precisam de passagens aéreas de forma ilimitada, não precisam de salários de 33.000,00 enquanto a grande maioria ganham salário mínimo. Cortar auxilia-paletó, cortar plano de saúde da câmara e do senado é uma necessidade. Que os deputados aprendam a usar o SUS que o povo é obrigado a usar e também acabar com a farra de usar jatinhos das forças armadas, usem aviões de carreira igual todo mundo usa.
Hoje deputados e senadores mesmo que sejam condenados e presos em crimes dos mais diversos, continuam ganhando aposentadorias. Jose Dirceu está preso e ganha 23.000,00 por mês, Maluf também está preso e continua ganhando salário. Tem que mudar essa lei. Deputado tem que sentir na carne o que o povo brasileiro sente. Se errar o cidadão comum vai demitido por justa da empresa, sem direito a nada. Que se aplique a mesma coisa aos deputados e senadores, se cometerem crime, sejam banidos da vida publica sem direito a nada.
Dr. João Domingos é advogado, escritor, pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador no 3º mandato em Ladainha pelo PSB, diretor executivo de Futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni