A Receita Federal, em parceria com outras instituições, buscam a identificação e responsabilização de contribuintes brasileiros por eventuais crimes contra o sistema financeiro, além de lavagem de dinheiro
TEÓFILO OTONI – Há pelo menos quatro anos, a Receita Federal investiga brasileiros com indícios de movimentação financeira no Banco HSBC na Suíça. A lista foi divulgada pelo International Consortium of Investigative Journalism (Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo) e pode indicar fraude fiscal. “São 6,6 mil contas bancárias abertas no banco no período de 1988 a 2006, supostamente relacionadas a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que totalizariam saldo, em 2006 e 2007, no valor de US$ 7 bilhões”, destaca a Receita.
O Fisco informou ainda que por meio de sua unidade de inteligência teve acesso a parte da lista contendo o nome de pessoas que teriam relacionamento financeiro com a instituição.
A Receita Federal diz também que está aprofundando as pesquisas sobre o tema para obter mais informações, inclusive mediante a cooperação internacional para a correta identificação do maior número possível de contribuintes relacionados e o levantamento de possíveis valores não declarados. Caso tenha ocorrido, os investidores são passíveis de autuação e de representação fiscal para fins penais em razão da ocorrência de crime contra a ordem tributária.
Escândalo
Desde o início da semana, veículos de comunicação do país tem noticiado o escândalo mundial envolvendo o banco HSBC, acusado ter ‘facilitado’ a ação de milionários a sonegar impostos em seus países, usando sua filial na Suíça.
A reportagem do DIÁRIO teve acesso a uma lista com diversos nomes e endereços de uma suposta lista de sonegadores auxiliados pelo HSBC suíço. O material, por sinal, encontra-se online desde 2013, e contém nomes de brasileiros e alguns endereços, entre eles, um localizado na área nobre de Teófilo Otoni, à Rua Antonio Alves Benjamim, 252/1001, no centro da cidade. A reportagem foi até o endereço, porém, não encontrou nenhum morador que se dispusesse falar sobre a publicação, ou mesmo, informar quem era o proprietário do imóvel.
Por sua vez, A Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional da Procuradoria Geral da República abriu nesta semana um procedimento para apurar a suspeita de evasão fiscal envolvendo o HSBC na Suíça, no caso que ficou conhecido como “Swissleaks”.