Fisioterapeuta e o irmão dele foram presos preventivamente suspeitos de tentarem atrapalhar investigação. Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão
TEÓFILO OTONI – Duas pessoas foram presas preventivamente nesta terça-feira (11) durante operação do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO). Segundo o órgão, foi realizada a 2ª fase de uma investigação que apura desvios de recursos públicos do núcleo de reabilitação órteses e próteses do hospital Bom Samaritano.
Um fisioterapeuta do hospital, Alexandre Berganholli Martins, e o irmão dele, Leonardo Berganholli Martins, foram presos. Investigado na primeira fase da operação, deflagrada em junho, o fisioterapeuta continuava trabalhando no hospital sem ter sofrido nenhuma advertência ou suspensão, segundo informado pelo Ministério Público. Para o MP, a ausência de punição deu ao suspeito sensação de ser imune à justiça. Em nota, a direção do Bom Samaritano confrontou a versão do Ministério. Eles alegam que puniram o fisioterapeuta, inclusive com processo judicial e exclusão dele do quadro de funcionários do hospital.
Os irmãos também são suspeitos de tentarem influenciar duas testemunhas para desviar o curso da investigação, de tentarem controlar autoridades que investigam o caso e de fazerem uso de documentação falsa. Além das prisões, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.
Segundo o MP, as investigações continuam. A assessoria da Prefeitura de Teófilo Otoni informou que o departamento jurídico do município e a direção do hospital Bom Samaritano estão analisando o caso. A reportagem não conseguiu fazer contato com a defesa dos suspeitos.
Entenda o caso
No último mês o Ministério Público deflagrou operação para investigar desvios de recursos públicos no hospital Bom Samaritano. As investigações apontam que pelo menos 300 pacientes ficaram sem receber próteses e órteses por conta da suposta fraude, que começou em 2012. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em cerca de R$ 400 mil.