Forte crise financeira atinge o único hospital da região que atende em média e alta complexidade. Nos bastidores fala-se até no fechamento da unidade hospitalar
TEÓFILO OTONI – O presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Teófilo Otoni (SMCTO), médico neurologista Luiz Carlos Barreto, anunciou a greve dos médicos do Hospital Santa Rosália a partir desta segunda-feira (2). Segundo o presidente, os médicos estão com seus salários atrasados desde setembro de 2014. Barreto informou que as dívidas do hospital chegam a R$ 62 milhões e conclamou as lideranças políticas e empresariais a se unirem em busca de uma solução para essa grave crise financeira do único hospital que atende Média e Alta Complexidade nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, em um total de 90 cidades, somando mais de um milhão de habitantes. A falta de repasses pelos governos Federal e Estadual, aliada ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), estariam entre as causas que provocaram a crise financeira nos hospitais do país, como é o caso do Santa Rosália. A greve dos médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também administrada pelo Hospital Santa Rosália, é outro fator complicador na já caótica situação da Saúde Pública em Teófilo Otoni.
Situação delicada
De acordo com os profissionais, apenas casos de urgência e emergência com risco de morte serão atendidos no hospital. A sinalização já havia sido feita ainda no sábado (à noite) quando as equipes do SAMU encaminhavam vítimas de acidentes ao Santa Rosália. No local, os profissionais eram orientados acerca do indicativo de greve e a suspensão dos demais atendimentos (exceto, claro, urgência/emergência). Inclusive, os municípios da região também foram orientados a não encaminhar pacientes para o Santa Rosália durante a greve.
Por sinal, até atendimentos particulares e de planos de saúde estão suspensos com a greve que deve durar, a princípio, uma semana, podendo se arrastar caso a direção não se posicione a respeito da paralisação.