O ex-entregador de gás sempre teve o sonho de empreender. Ele chega a vender aproximadamente 5 mil pacotes de biscoitos pelas ruas de Teófilo Otoni
TEÓFILO OTONI – Em seu veículo de trabalho, uma bicicleta cargueira adaptada para armazenar biscoitos variados, o empreendedor Alessandro Cardoso dos Santos esbanja simpatia pelas ruas de Teófilo Otoni. A guinada na vida do ex-entregador de gás, que já trabalhou em várias funções, inclusive, na lavoura, começou a mudar em 2014 quando procurou o Sebrae Minas para se tornar um Microempreendedor Individual (MEI).
“Eu experimentei uma ‘fofa caseira’ (espécie de pão de mel da região, feita por descentes de alemães), que um homem vendia e gostei. Então, comecei a vender essas fofas enquanto saía para entregar o gás e, assim, abriu o caminho para eu vender os biscoitos”, explica Alessandro.
Com a boa aceitação dos biscoitos e o lucro aumentando, ele decidiu deixar o serviço de entregador. O carrinho de mão, que antes usava, foi substituído pela bicicleta cargueira, após passar por uma transformação em uma serralheria, para vender os biscoitos vindos de várias cidades da região. “Com o dinheiro das fofas, percebi que poderia empreender mais. Dessa forma, já quitei meu automóvel, tirei carteira para dirigir ônibus e comprei um lote. Tudo isso vendendo biscoitos”, conta.
A grande ideia
Alessandro conta que sempre teve o sonho de empreender, mas o projeto só começou a ganhar corpo após o aconselhamento de alguns empresários. “A conversa abriu minha mente para ser um Microempreendedor Individual (MEI). Procurei ajuda do Sebrae e fui orientado sobre o procedimento, que servirá também para eu poder me aposentar posteriormente. Fiz um curso sobre como administrar meu dinheiro, que contribuiu muito para o crescimento das vendas. Foi aí que eu saí do carrinho de mão e passei para a bicicleta cargueira”.
O agora microempresário chega a vender cerca de 200 pacotes de biscoitos por dia, aproximadamente 5 mil pacotes por mês. A divulgação das guloseimas é feita pelas redes sociais e “de boca em boca” por onde ele passa. “Acredito que ajudei muita gente, porque se você passar pelas ruas hoje, cada esquina tem uma banca onde aconselho os vendedores a irem no Sebrae para se formalizar como MEI. Quando eu comecei, não tinha quase ninguém, mas agora muitas pessoas já até abriram lojas de biscoito em Teófilo Otoni. Futuramente, eu também quero abrir um estabelecimento com os meus produtos, continuando a vender nas ruas. Minha intenção é contratar uma pessoa”.
Uma das estratégias que Alessandro utiliza para driblar a concorrência é fazer promoções e utilizar produtos frescos. Ele acredita ainda que o bom atendimento e a capacitação fazem toda a diferença. “Para quem quer empreender, deve primeiramente procurar ajuda do Sebrae. Além disso, tem que ser esforçado, amar o que faz e tratar bem o cliente, com humildade”, conclui.