A @jornaldiarioteo conversou nesta quinta-feira (10) com a dirigente da associação “Lutar, Vencer e Morar Bem”, Betânia Gonçalves, da cidade de Águas Formosas, instituição popular que auxilia as famílias que ocuparam uma parte do bairro Gameleira no último sábado (05), sobre a decisão do Ministério Público da cidade, para que as famílias desocupem o lugar.
Na decisão o MP, após reunião no dia 09, ontem à tarde, decidiu que o espaço do bairro não tem área habitável promulgada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam-MG), o que denota riscos para a população residir o local.
Porém, Betânia contesta a decisão. “Eles alegam que a área servia de depósito de lixo da Prefeitura. Mas ali era uma fazenda, e existiam currais. O município e a Feam enrolam na liberação dessa licença, mas problema de habitar o local por riscos há saúde não há nenhum”, disse.
A dirigente contou que há um tempo atrás a Prefeitura chegou a despejar alguns caminhões de material no local, mas depois a associação começou a tomar conta do espaço, cercando-o e promovendo a limpeza do mesmo.
“O prefeito anterior tinha prometido casas para esse grupo de famílias neste local. E este processo se arrasta porque essa licença não sai. Chega perto de eleição e ficam enrolando, aí o pessoal ocupa e tiram com ordem judicial. Da última vez a polícia tirou a força. Um bebê chegou a morrer no outro dia devido o tumulto”, alega a associativista.
O advogado da associação, Forlán Freitas, disse que o TAC do MP não tem muita força
“Na verdade é uma ata da reunião que tivemos ontem, entre associação, MP e prefeitura. A promotora propôs a desocupação espontânea, mas foi só uma proposta”.
Porém, Betânia teme que a qualquer momento saia uma decisão de desocupação do Judiciário, o que trará a PM para retirar o pessoal à força.
“Da última vez utilizaram até helicóptero”, disse ela, que computa mais de mil pessoas na ocupação.
De acordo o popular Wene, que ocupou um terreno no local com a esposa, eles não irão sair.
“Vamos seguir o que a associação decidir. Não vamos deixar o local”.
A ALMG aprovou um requerimento para discutir em audiência pública a situação, mas sem data definida.