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Restaurante Irmã Zoé

Moradores do São Cristóvão organizaram protesto contra acidentes e morte próximo a estabelecimento comercial recém inaugurado

 

TEÓFILO OTONI – Mal foi inaugurado em Teófilo Otoni, um atacarejo localizado no Bairro São Cristóvão, em um dos principais corredores urbanos da BR 116 já recebeu uma avalanche de protestos. E não se trata de preços ou acesso ao estabelecimento, mas sim, a falta de projeção e impacto de vizinhança que o comércio iria impor ao corredor viário da localidade. Falta de sinalização vertical e horizontal e passarela para travessia da pista, foram alguns dos pontos elencados por moradores durante o último protesto realizado na rodovia. Por sinal, dois acidentes, sendo um deles, um registro fatal, foram o estopim para que o presidente da Associação de Bairros, Renato Teles e dezenas de moradores ganhassem às ruas para interromper o fluxo de veículos, com cercamento da via por pedestres que, munidos com cartazes e gritos de ordem, pararam a movimentada BR 116. A morte da senhora Geralda, segundo Teles, foi um duro golpe para a comunidade, que sofre com a ineficácia do DNIT.

“Esse protesto é só um aperitivo. Paramos a BR por cerca de 15 minutos e seguimos para as proximidades do Atacarejo Mineirão, para que eles sintam um pouco da situação. Não foi calculado o impacto de vizinhança aqui na nossa região e o Mineirão e DNIT tem que arcar com isso. Foi feito uma obra nas vésperas da inauguração do Mineirão, uma desorganização e  falta de planejamento que ocasionou dois acidentes graves e uma morte de uma senhora da Rua XII de Outubro. Recebi recado do engenheiro do DNIT que ele iria fazer o quebra mola, mas foi feito de um dia para outro, mal feito, mas esse quebra mola não vai calar nossa boca. Se for necessário, a gente vai arcar com um advogado para que a família da vítima processe o DNIT e Mineirão. Vidas não podem ser perdidas por irresponsabilidade, por falta de competência. Precisamos de vários quebra molas no decorrer do perímetro urbano, precisamos de passarela, de radares, sinalização de pista. Não temos nem faixa central”, afirmou.

Segundo a organização do protesto, caso a resposta prometida, para 45 dias, por parte do Dnit, em abrir edital de licitação para a construção de 04 passarelas no perímetro urbano da BR-116 em Teófilo Otoni, outras manifestações como esta serão realizadas no local
Segundo a organização do protesto, caso a resposta prometida, para 45 dias, por parte do Dnit, em abrir edital de licitação para a construção de 04 passarelas no perímetro urbano da BR-116 em Teófilo Otoni, outras manifestações como esta serão realizadas no local

O presidente da Associação de Bairros ainda completou, ocasião em que informou sobre uma visita do vereador Gabriel Gusmão junto ao Chefe do DNIT em Minas, para interceder junto à situação.

“Recentemente o vereador Gabriel Gusmão esteve com o deputado Gustavo Santana e se reuniram com o chefe do DNIT em Minas Gerais. Foi garantido que em até 45 dias será lançado um edital para construção de pelo menos quatro passarelas no decorrer de toda a Avenida Alfredo Sá, perímetro urbano da BR 116. Vamos aguardar e caso isso não ocorra, vamos fazer um protesto por tempo indeterminado, enquanto não obtivermos uma resposta convincente da autoridade política”, concluiu.

Perda irreparável

O filho da senhora Geralda, José das Graças Batista do Nascimento, bastante emocionado

falou sobre o acidente que vitimou a mãe, e por fim, cobrou das autoridades um posicionamento para que o perímetro urbano da BR 116 não se torne a ‘Rodovia da Morte’.

“Eu estava trabalhando no momento do acidente. Aí a minha irmã ligou e disse que havia acontecido um acidente com a nossa mãe. Quando eu cheguei, a Polícia Rodoviária e o SAMU já estavam aqui. Ela ainda estava sentada, aí eles tinham falado que ela havia quebrado só o braço. Mas no hospital fomos informados que havia mais fraturas no braço, tornozelo, costela e outras partes do corpo, e ela não resistiu. O motivo deste protesto é por justiça. É uma irresponsabilidade do dono do estabelecimento e do DNIT. Eles deixaram acontecer para fazer esse quebra mola que não irá resolver a situação. É uma dor que eu e minha família estamos sentido. Isso não vai trazer ela de volta. Espero que seja feita a sinalização correta para que não haja mais acidentes. Infelizmente eles esperaram ter uma vítima fatal para tomar uma providência”, desabafou.

A Avenida Alfredo Sá teve o trânsito fechado por alguns minutos em protesto à morte de Dona Geralda
A Avenida Alfredo Sá teve o trânsito fechado por alguns minutos em protesto à morte de Dona Geralda
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