TURMALINA – Dezenas de mulheres, pacientes e ex-pacientes do ginecologista M.P.C.S, se reuniram na tarde desta sexta-feira (24), para protestarem contra a prisão preventiva do profissional, investigado por crimes sexuais em Turmalina e Capelinha.
O médico foi preso na última sexta-feira (17), no Posto de Saúde do Bairro Pau D´Óleo e continua na cadeia pública da cidade, após ter o pedido de relaxamento de prisão negado pela Juíza da Comarca de Turmalina.
Com cartazes em punho, as manifestantes clamaram pela liberdade do médico, que de acordo com vários relatos é um profissional exemplar e muito querido por todos no município.
Investigações
A prisão do médico foi solicitada pelo delegado Felipe Pontual, após cerca de dois meses de investigações, que começaram depois que quatro vítimas procuraram a Polícia Civil para denunciar o profissional.
De acordo com o delegado, o ginecologista usava de fraude para praticar os atos libidinosos, dizendo que a forma como examinava as pacientes fazia parte de um protocolo de atendimento na área de ginecologia.
Conforme a investigação, o médico negava a entrada de enfermeiras ou acompanhantes para o atendimento às pacientes e, muitas vezes, não fazia uso de luvas. Ele também tentava masturbar as mulheres que, ao perceberem, interrompiam o ato. Ainda segundo a polícia, enquanto atendia em outra cidade, ele expôs o órgão sexual sem que a vítima percebesse e tentou penetrá-la.
Ainda de acordo com Felipe Pontual, o crime do qual o médico é suspeito está previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro como “violação sexual mediante fraude”, que é quando o criminoso engana a vítima para praticar o abuso sexual. Conforme o delegado, as vítimas costumam suspeitar que algo está errado, mas não poderiam afirmar que era um crime. A pena para este crime varia de dois a seis anos de prisão.
Defesa do ginecologista
O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome divulgado, informou que algumas notícias veiculadas causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da população a favor dele.
Relaxamento de prisão
O pedido de relaxamento de prisão do ginecologista foi negado na tarde de quarta-feira (22), pela Juíza da Comarca de Turmalina, Caroline Rodrigues. Com a negação, a defesa do médico informou que iria providenciar um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.