campanha
Restaurante Irmã Zoé

Mudanças ou mudanças. É o único caminho.

Há uma geração de políticos querendo romper com o status quo do que se vê no dia a dia  no Brasil

 

A política brasileira sofre de um mal-estar intermitente com os constantes escândalos de corrupção e isso potencializa a rejeição à política. Mas apesar de ser um fenômeno mundial, aqui no Brasil tem também deixado sinais de que 2018 pode ser o divisor de água entre a vontade e a possibilidade.

Espera-se nesse ano que as urnas ajudem a deixar para trás a forma velha de se fazer política.  A geração de políticos que estão rompendo com o status quo, espalhada por diversos países, parece que não tem uma agenda propriamente convergente, mas eu diria que tem grandes semelhanças. A primeira delas é a crença, ou o discurso, de que a dualidade esquerda-direita dissolveu-se no ar. Não tem mais espaço, a meu juízo também, para políticos tipicamente esquerdistas, direitistas ou centristas.

As mídias tem dado o rumo de para onde irá a política nacional. Extrema direita e extrema esquerda tem discurso muito parecido e ambas são demonizadas. Ambas vivem no limite da irracionalidade. Seletistas por natureza acabam-se fechando a favor de grupos em detrimento de outros grupos.

O PSDB representante da social democracia foi um dos que mais perdeu espaço no Brasil, inclusive, militância. Já o PT perdeu espaço também, mas mantém ainda uma militância vigilante dentro do seu grupo e das regras partidárias. O que falta a esses políticos e partidos é, na verdade, um diálogo mais direto com o eleitor e  com o cidadão comum. A política se encastelou. Os partidos de um modo geral ficaram parados no tempo, porém, a sociedade seguiu em frente e espera que a política também avance. Por isso, boa parte dessas lideranças enxerga apenas de fora da política. É preciso abrir um diálogo com o povo. É preciso apresentar um novo caminho na política. E esse caminho passa necessariamente pelo diálogo. O diálogo nunca falha. A velha política do toma lá da cá terá que aos poucos ir ficando apenas no retrovisor da historia.

Se a descrença na democracia tem aumentado nos últimos  anos no Brasil,  a culpa é dos políticos e instituições que não abrem um leque de dialogo diretamente com a população.As delações das empreiteiras investigadas jogaram lama na reputação de praticamente todos os políticos brasileiros,sobrando raras exceções.

Uma pesquisa do Instituto de pesquisa Idea Big Data, entre 8 a 13 de maio, vem mostrando que 56% dos eleitores não pretendem reeleger nenhum candidato nas próximas eleições, independentemente do cargo. Ao mesmo tempo, 64% das pessoas não pretendem votar em nenhum envolvido na operação Lava Jato, sejam eles inocentes ou não.

Isso nos mostra um norte interessante. Os números são fortes, sobretudo para eleição majoritária. No caso da proporcional, o cálculo é mais difícil, até porque teremos que ver se a atuação dos “cabos eleitorais” –  ou “líderes comunitários” –  ainda terá o mesmo efeito de outrora. O povo prefere quem sabe gerenciar ou conduzir de forma mais técnica do que os velhos políticos que levaram o Brasil ao abismo nos últimos anos.

É preciso pensar a política como algo muito grande que precisa ser reinventada todos os dias para dar conta da complexidade das decisões a serem tomadas nas atividades fins diariamente.

Assim, não basta ser apenas líder político, nem apenas técnico especialista em gestão. O político do futuro que o povo almeja é alguém que tenha uma formação humana com viés técnico-político. Um líder que saiba ouvir as demandas de forma absoluta e que tenha respostas diárias para que os resultados chegue na mesa e nas atividades dos trabalhadores, empresários e servidores de um modo geral.

Nem muito ao céu nem muito ao inferno. Especialistas costumam ter uma bala só na agulha e políticos profissionais não tem olhos nem ouvidos finos para entenderem as necessidades do povo. É preciso somar as duas características. Políticos novatos terão que mostrar conteúdo, e os políticos da velha guarda terão que se reinventar, ou então aposentar-se.

Dois mil e dezoito está só começando.

 

Dr. João Domingos é advogado, escritor, pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador no 3º mandato em Ladainha pelo PSB, diretor executivo de Futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni

 

 

Compartilhe :