“Todos os dias quando almoço ou janto penso se ela esta comendo’, diz tutora que procura cadelinha desaparecida em Teófilo Otoni. Veículo está avaliado em mais de R$ 6 mil
TEÓFILO OTONI – Os cães e gatos perderam há muito tempo o simples papel de animais de estimação, que ficavam lá no quintal da casa, para se tornarem verdadeiros integrantes das famílias. Essa relação vem mudando com o tempo e as pessoas estão se adaptando a essa nova composição familiar. Em alguns casos, os animais são tratados como filhos pelos donos, uma relação que vai muito além de ser “proprietário” de um pet.
Tudo pelo pet
Lohran Rhis é tutor da pinscher Lilica em Teófilo Otoni. A cachorrinha fugiu em abril deste ano, depois que o portão automático da garagem travou e ficou aberto. Preocupados com o sumiço da cadelinha, a família decidiu oferecer recompensa para quem encontrar a pinscher. O valor começou em R$ 500 e agora passou para uma moto, avaliada em mais de R$ 6 mil.
Para o tutor esse valor é irrisório, perto de tudo que a Lilica significa para ele e a família. “A recompensa de R$ 500 eu ofereci no dia seguinte para quem encontrá-la, e passado um mês ela não apareceu. Então decidi dar tudo que possuo por ela, porque ela vale muito mais do que essa moto ou qualquer coisa que eu poderia ter. Não só ela, mas também qualquer um dos meus outros quatro cachorros’, afirma Lohran.
Mesmo depois de aumentar o valor da recompensa e fazer divulgação pela cidade e nas redes sociais Lilica ainda não foi encontrada, e o sentimento de tristeza só aumenta a cada dia para a família do Lohran. “No início foi uma das piores sensações que já passei. Penso nela todos os dias, oro e peço a Deus que alguém tenha encontrado ela e esteja cuidando dela. Ela me ensinou a dar valor as coisas que tenho. A Lílica dormia comigo na cama. Nós estamos sentindo muita falta dela”, diz o tutor.
Amor de mãe
A situação vivida pela família de Lohran Rhis recebe solidariedade de outros tutores apaixonados pelos seus pets, e que fazem de tudo por eles, como verdadeiros membros da família. Como é o caso da psicóloga Kelliny Dorio, tutora do poodle Toby, de nove anos. Em casa, o pet é tratado como filho. “Eu costumo dizer que ele não é meu filho, mas eu sou a mãe dele. E eu sendo a mãe dele ele precisa ser tratado por mim como filho. Temos o hábito aqui em casa de falar ‘vem com a mamãe'”, brinca Kelliny.
Ainda de acordo com a psicóloga, o cachorrinho é muito próximo da família e faz até parte dos atendimentos profissionais de Kelliny. “Enquanto estou em casa ele fica o tempo todo atrás de mim, esteja eu onde estiver. Quando saio ele fica na porta me esperando voltar. Quando vou atender pelo Skype no escritório em minha casa, ele fica o tempo todo deitado próximo a mim, caladinho e dormindo, apenas para ter a minha presença”.
Qual o limite?
Em alguns casos, todo o carinho desprendido aos amiguinhos peludos é visto como excesso de carinho dos tutores. Os especialistas alertam que essa relação não é prejudicial, desde que a pessoa não esteja sendo prejudicada tanto financeiramente como emocionalmente.
“Os animais só oferecem amor para o ser humano, então nós precisamos retribuir esse sentimento. Muitas pessoas são criadas já com a presença de um animal de estimação, que acaba se tornando um amigo. Essa relação é bem saudável. Só devemos destacar que a pessoa pode fazer coisas que estejam ao seu alcance. Por exemplo, não tem problema oferecer uma recompensa para tentar encontrar um animal que fugiu, desde que a pessoa possa pagar esse valor sem se prejudicar”, afirma o psicólogo Leonardo Morelly.
Ajuda
Até a publicação desta matéria, a pinscher Lílica ainda não tinha sido encontrada. Quem tiver informações sobre a cachorrinha pode entrar em contato com o tutor pelo telefone (33) 9 9997-1514.
(Fonte e foto coluna É o Bicho: G1 dos Vales)