Mesmo encarcerados, detentos comandavam as bocas de fumo dos bairros da cidade. Eles aliciavam mulheres para levar drogas em suas genitálias para dentro do presídio. Investigações duraram um ano
NANUQUE – Nesta terça-feira (03), foi cumprida pela Polícia Civil a operação “RAGNAROK”. A operação cumpriu 60 medidas cautelares expedidas judicialmente, divididas em 33 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de prisão, bem como 04 autorizações judiciais de deposito de veículos automotores adquiridos com recursos ilícitos ou envolvidos em crimes de lavagem de dinheiro para a 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil da cidade.
Ao todo, 70 policiais civis, 18 viaturas e um helicóptero foram utilizados no cumprimento das medidas cautelares, envolvendo o 15º Departamento Regional de Polícia Civil de Teófilo Otoni.
As investigações que resultaram na operação transcorreram no período aproximado de um 1 ano, revelando que os chefes da organização criminosa investigada, do interior do presídio local, orquestravam, em ascensão hierárquica e intelectual, todas as ações a serem praticadas pelos gerentes das bocas de fumo e pelos soldados do tráfico espalhados pelos bairros de Nanuque.
De acordo com a PC, os integrantes da organização que não estavam presos recebiam ordens e as cumpriam fidelidade e dedicação. Ainda segundo a polícia, mesmo presos, os autores mantinham a cidade em suas ‘mãos’.
Apurou-se que as mais diferentes práticas ilícitas criminosas eram orquestradas pelo grupo, tais como organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e roubos. O grupo também promovia a entrada de drogas no presidio, inserindo-as nas genitálias femininas para dificultar a localização pelos agentes prisionais.
O termo “Ragnarok” remete à mitologia nórdica, denominando um evento apocalíptico, no qual após um intenso conflito entre as forças do bem e do mal, os elementos de desordem e caos são extirpados pelas forças do bem, prevalecendo, por fim, a paz e a tranquilidade.
As investigações foram conduzidas pelo Delegado Luiz Bernardo Rodrigues, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Nanuque e coordenador da Agência de Inteligência Policial de Nanuque, bem como pelos investigadores Chalme dos Santos França (Agência de Inteligência Policial), Davi Costa de Andrade (Agência de Inteligência Policial), Breno Barbosa (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes) e Welinton Calixto (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes). (Fotos Victor Couy)
