O Brasil pode precisar de um novo paradigma na pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, setor menor no governo federal, mas no mundo, as descobertas avançam. Uma boa notícia nos surpreendeu nos últimos dias, dois recordes mundiais de eficiência de células solares foram batidos por uma equipe da Austrália e outra dos Estados Unidos.
Cientistas liderados por Martin Green da Universidade de Nova Gales do Sul conseguiram 40% de eficiência na conversão fotoelétrica usando a luz do Sol focalizada, com células solares do tipo utilizadas em torres de conversão fotovoltaica. Isso foi obtido graças a um novo modo de usar filtros ópticos para capturar porções do espectro da luz solar que normalmente são perdidas pelas células instaladas em torres solares.
Já cientistas do Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos EUA conseguiram um recorde de eficiência na conversão fotoelétrica de 45,7%. A equipe de Ryan France usou uma célula solar de junção quádrupla, ou seja, com quatro junções semicondutoras, e com a luz do sol concentrada, equivalente a 234 vezes. Cada uma das junções semicondutoras absorve uma faixa da luz. Funciona como várias células solares integradas em uma só.
A nova célula possui uma junção de fosfeto de gálio-índio (GaInP), uma junção de arseneto de gálio (AsGa) e duas junções de arseneto de gálio- índio (GaInAs), todas depositadas sobre o mesmo substrato.
E vem da Holanda uma novidade na área de energia renovável. Deste país que tem boa parte de seu território abaixo do nível do mar, os rios deságuam no mar e já podem produzir eletricidade a partir da diferença no teor de sal entre o mar e a água fresca.
Esta nova tecnologia entrou em teste em uma instalação chamada Blue Energy. A empresa por trás é a Dutch REDstack BV, que é especializada no desenvolvimento e comercialização de tecnologias eletrodiálise reversa, e que tem o suporte de cientistas da Universidade de Twente.
A planta está localizada ao longo do dique Afsluitdijk e produzirá cerca de 50 kW, o que deve ser suficiente para abastecer cerca de 100 casas dos holandeses. O potencial para o dique é de 200 MW. Os holandeses estão entusiasmados, uma vez que mais de 3300 m3 de água fresca fluem pelos seus rios ao mar. Imagine o leitor o quão entusiamado deveria ficar o povo brasileiro com tantos rios…
Basicamente, é um tipo de bateria que usa dois filtros para separar a água salgada da água doce. Um dos filtros permite que apenas os íons de sódio (positivos) passem, enquanto que o outro permite apenas os íons de cloro (negativos). Através deste processo, um único filtro produz cerca de um watt de potência. Estes filtros, no entanto, podem ser empilhados.
Um grande problema para o meio ambiente é o pneu. A PMGI/Productive Recycling é uma empresa que propõe um método para reciclar pneus e sucatas de concreto, ao mesmo tempo. A tecnologia deles consiste em compactar os resíduos de pneus e de concreto em blocos de construção, chamados “T-Blocks”, que podem ser usados em paisagismo, áreas úmidas, e controle de erosão. Nos Estados Unidos, cerca de 190 milhões de pneus são despejados e queimados anualmente, sendo que apenas 35 milhões são reciclados. Em suma, soluções para o mundo, inclusive para os Brasileiros.
Mario Eugenio Saturno (cienciacuriosa.blog.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano