A noção de crise sistêmica se relaciona com a complexa rede de cenários e fatores que impactam a vida atual, nos quais estão inseridas diversas crises, entre elas: social, econômica, política, ambiental, ética e com abrangência geográfica diversa – local, regional, nacional e global. Acrescentam-se a isso as crises nas comunidades, nas relações humanas, tudo o que afeta o tecido social no atual contexto socioambiental.
Na obra Sociedade de Risco Mundial – Em Busca da Segurança Perdida (Coimbra: Editora Almedina 2005, Anthony Giddens e Ulrich Beck) os autores destacaram os aspectos de contemporaneidade de riscos e de incertezas, colocando-os como centrais no debate social. Por outro lado, os desafios das sociedades atuais são os mesmos das sociedades antigas, como o impacto do crescimento demográfico, o temor da falta de alimentos e água, problemas com o desmatamento, o uso intensivo do solo, acrescidos das ameaças das mudanças climáticas.
A outra relação que se deve debater e discutir são as atividades antrópicas, ou seja, a pressão do homem sobre o meio, o acúmulo de produtos tóxicos no ambiente e a falta de políticas públicas para a implantação de projetos de energia limpa. Há de se destacar a ausência de pesquisas nessa área, como as que se referem à capacidade fotossintética da terra, por exemplo. Os efeitos nefastos emergiriam sob a forma de fome generalizada, o que já temos visto em países onde a imigração e a migração ocorrem por vários problemas sociais e conflitos políticos. Guerras extremas e conflitos internos geram a perda de complexidade social.
Para enfrentar esse processo do insucesso do milagre econômico brasileiro, coloca-se como destaque o poder público com relevante papel de estimular as atividades que sejam essenciais para a sociedade e de se contrapor de maneira adequada aos efeitos das crises, estimulando atividades VERDES. As medidas adequadas podem levar ao crescimento econômico sustentável, incluindo impostos ambientais e lançando o papel verde do tesouro, ligados diretamente aos investimentos de baixo carbono, sustentável do ponto de vista ambiental. Por outro lado, podemos citar como uma medida eficiente a participação pública no setor de energia.
Por fim, para definir prosperidade, levam-se em conta dois fatores principais: coletividade e continuidade.
Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Biociências do Centro Universitário Internacional Uninter