Pedro Parente foi eleito o culpado da crise do preço petróleo no Brasil. As crises políticas sempre precisam de um culpado. No caso da greve dos caminhoneiros, todos nós elegemos Pedro Parente, esquecendo, na verdade, de todos os outros presidentes da Petrobrás que tanto mal fizeram à empresa no passado. Ninguém se deu ao trabalho de observar que a luta dos caminhoneiros se dava apenas no campo do diesel. A gasolina e o álcool estavam de fora da discussão e os preços, mesmo durante o período da greve, subiram normalmente. A gasolina brasileira é vendida para outros países da América do Sul e sai mais barato que a vendida aqui no Brasil.
Há anos, os preços de alimentos sofrem altas constantes, o que afeta, principalmente, as famílias mais pobres. Mas não há greves, protestos, nem sepede a demissão de ninguém porque a culpa é do mercado e não se culpa mercado. Afinal o mercado é o mercado, senhor dos senhores no Brasil.
Enquanto existir no Brasil o modelo da Petrobrás comandada pelo governo, continuaremos tendo as mesmas dificuldades. Vejamos o exemplo da telefonia no Brasil, quando se privatizou, o mercado reagiu favoravelmente no sentido de que a concorrência regula naturalmente os preços para baixo.
Privatizar a Petrobras é uma necessidade. Precisamos de muitas empresas competindo nos mercados de combustíveis. Somente com oferta de preços é que o consumidor sai favorecido. A greve apenas nos abriu os olhos para um problema que a equipe de governo do Temer deveria ter visto há muito tempo, e mesmo as equipes dos governos anteriores deveriam também e não viram. E se viram, fingiram que não viram.
A forma como a Petrobrás vem fazendo seu reajuste de preço é no mínimo desumana. Aumentos diários impedem que empresas e autônomos façam previsões de gastos de suas empresas e negócios. Quem vem lucrando de forma desalmada com isso só os investidores. Poucos gatos pingados que na verdade detêm o poder sobre a Petrobrás e lucram absurdamente com esses aumentos diários.
Michel Temer não está nem aí com os pobres que possui seu veiculo com dificuldade e precisa do combustível para trabalhar. A Petrobrás, pelo visto, vai continuar com alinhamento de preço ao mercado internacional do petróleo e a tendência é continuar subindo diariamente. O Estado brasileiro tem que se preocupar diuturnamente com suas obrigações básicas, como saúde, educação, esporte,segurança pública.
Privatizar a Petrobrás é uma necessidade. Somente assim liberar-se-á a produção, refino e revenda de petróleo e gás às empresas privadas, aí sim, teremos competitividade no mercado.
Dr. João Domingos é advogado, escritor, pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Ambiental, Docência do Ensino Superior, vereador no 3º mandato em Ladainha pelo PSB, diretor executivo de Futebol do Santo Antônio de Teófilo Otoni
