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Pré-candidato a prefeito Bruno Balarini concede entrevista ao Diário

TEÓFILO OTONI – O jornal entrevistou o geógrafo e especialista ambiental Bruno Balarini, pré-candidato a prefeito pelo Avante. De família tradicional em Teófilo Otoni e região, e também na política (o pai foi prefeito de Pavão, onde o irmão, Luciano Balarini é o atual). Bruno Balarini chega com novos ideais, de compor com todas as matizes políticas, observando a capacidade técnica dos entes envolvidos, bem como suas aptidões pela construção de uma cidade melhor. Conheça neste bate-papo as propostas inovadoras de um pré-candidato a prefeito que transita por toda a malha política local, tendo exercido funções no Executivo em três gestões (de grupos rivais entre si, Getúlio Neiva, Maria José e Daniel Sucupira). Como isso foi possível em uma cidade de severa [e prejudicial] rivalidade polítca? Conheça o nome do avante para a Prefeitura de TeófiloOtoni em 2020.

 

DIÁRIO – Bruno Balarini, o senhor já foi secretário municipal em gestões de dois ex-prefeitos, inclusive de grupos adversários entre si, mas nunca tentou algo na política, mesmo para vereador. Agora, dá um passo alto, tentando direto a chefia do executivo. Fale-nos sobre esta sua decisão.

 

BRUNO – Exatamente por ter ocupado cargos em governos de lados opostos é que percebi que a eficiência do modelo político proposto pelos dois é muito baixa para nossa cidade. É entorno dessa inovação que me coloco como pré-candidato a prefeito de Teófilo Otoni, depois de viver e ter experiência em três secretarias. Fui secretário de Desenvolvimento Econômico no governo da ex-prefeita Maria José (PT). Depois tive a oportunidade de ser secretario de Governo e também de Meio Ambiente no governo Getúlio Neiva (MDB), e, atualmente, prestei assessoria técnica atual prefeito. Sempre fui para as administrações para desenvolver um trabalho técnico, do qual acredito que é muito carente na administração pública. Muitas vezes o modelo político que está aí quer conduzir uma administração apenas pelo lado político e esquece a parte técnica, que de fato pode promover resultado positivo para a coletividade.

 

Em relação a projetos, o senhor já tem um plano de governo?

 

Temos diretrizes que vão conduzir pilares muito sólidos no que pretendemos fazer e para aquilo que não será feito. Por exemplo, fazer da administração um espaço para atender amigos ou partidários. Essa possibilidade não mais existirá. Ao mesmo tempo temos construído, através do movimento “Somos Todos Teófilo Otoni” a ideia de diagnóstico. Do que isso se trata? Apesar de termos diretrizes básicas é necessário que o cidadão se envolva na tomada de decisões do quê que ele quer que o governo faça para melhor sua vida e da sua família. Entorno disso estamos lançando um diagnóstico por meio de um questionário muito simplificado que iremos fazer, ou melhor, um questionário virtual, exatamente para reduzir custos e aumentar o alcance desse relatório, para que as pessoas possam se manifestar naquilo que tem de bom e de ruim onde moram, por exemplo. Envolta desse diagnóstico é que consolidaremos o que é melhor para ser inserido no plano de governo. Em suma, nosso planejamento de governo visa crescer junto com a população. Essa história de me colocar como salvador da pátria é antigo. Isso não é bom para a cidade, achar que teria alguém para curar todos os males. É com participação, ouvindo muito, andando muito e tendo a certeza de que o modelo que aí está, de atender grupos, de priorizar partidos ao invés da cidade, é um modelo que precisa ser superado com muita urgência.

 

Nesse sentido como o senhor montaria um futuro governo?

 

Com pessoas que queiram trabalhar muito e deixar o seu legado para uma cidade melhor. Aqui não interessa a posição partidária. O que interessa é que sejam pessoas dedicadas, capacitadas e que gostem de Teófilo Otoni. A única bandeira que pode ser levantada dentro da nossa cidade é a bandeira de Teófilo Otoni. Nenhuma outra bandeira, como tentam fazer por aí, pode ser levantada. Isso demonstra claramente que não querem uma cidade para todos, querem uma cidade para alguns, o que não podemos permitir mais.

 

Bruno, o senhor fala que esse modelo não serve. Qual seria o modelo ideal?

 

O que não serve é ocupar cargo público para fazer e querer que o povo seja grato. Gratidão não, isso é obrigação. Nós, cidadãos comuns temos que estar dispostos a cobrar o que não foi feito. Governos que cobram da população essa gratidão não serve. Isso sim é tripudiar sobre a demanda do outro. Não podemos permitir que o outro, que está em vulnerabilidade, que necessita do serviço público diretamente, seja utilizado dessa forma, ou seja, a pessoa apresenta um problema, eu vou lá e resolvo a demanda, e depois fico como salvador da pátria. De jeito nenhum. Precisamos romper com isso imediatamente. Para mim o modelo que serve é aquele onde o Executivo faça o que lhe é devido, com a melhor eficiência possível, afastando a ideia de que o cidadão precisa ser grato. De jeito nenhum, o cidadão precisa ser livre para escolher aquilo que é melhor para ele.

 

Em relação a composições políticas, o senhor é pré-candidato a prefeito. Nesse sentido, terá que ter um vice. Como que está esta articulação? O senhor é procurado ou procura grupos? como essa situação será feita em uma futura chapa Bruno Bailarini para prefeito?

 

Nas duas direções. O diálogo é a premissa para o bom entendimento, e bom entendimento não significa pensar igual, significa que possamos ter ideias diferentes, porém convergindo na mesma direção, que é o bem da cidade, e, quando falamos sobre o bem da cidade é importante esclarecer que bem é esse. Todo mundo quer o bem a cidade, mas isso significa transformar os ideais políticos dentro de uma composição para aperfeiçoamento da máquina pública, reduzindo burocracia, com valorização do servidor público, melhoria da infra-estrutura urbana, utilização dos recursos que vem do governo federal e estadual para a área de educação e assistência social, enxugamento da máquina para que termos recursos suficientes para investir na cidade e não ficar dependo tanto do Estado, que por hora não tem dinheiro, bem como da União, que tem excessiva burocracia e fiscalização para liberação desses recursos? Temos de trabalhar com atores locais, com pessoas de bem, gente de espírito livre, dispostos, muito além da ocupação de um cargo a uma dedicação permanente para a melhoria da cidade.

 

Só para o leitor do jornal ter mais clareza, nessa época saem muitos nomes como pré-candidatos e muita coisa é dita. Pode-se cravar que a pré-candidatura de Bruno Balarini vai à frente: Ela vai acontecer ou será mais uma dessas pré-candidaturas que a gente vê ventilando e depois compõem-se a um dos grupos e se esfacelam com seus projetos e ideias?

 

Eu não me prestaria a isso. Fiquei 09 anos ocupando cargo na prefeitura. Tenho certeza que deixei a minha contribuição. Agora é o momento de falar daquilo que foi conquistado, e deixar um horizonte para aquilo que a gente quer fazer. Depois de muito conversar com a minha família, que é a base que mantêm todos nós de pé, depois de bem alicerçado dentro do partido, e aqui eu queria externar minha gratidão ao Bruno Farias, o presidente do Avante em Teófilo Otoni e ao deputado federal Luis Tibé, presidente nacional da legenda, e toda a sua equipe lá da sede em Belo Horizonte, que tem consolidado e garantido a nossa pré-candidatura. É claro que estamos abertos ao diálogo. Sempre, para aquilo que for melhor para a cidade, estamos dispostos a contribuir. Mas, de um modo muito claro e preciso, a nossa pré-candidatura está consolidada.

 

Deixe suas considerações finais.

 

Sou um cidadão comum, que passa pela política para deixar a minha contribuição para a cidade, e me retirar dela permitindo que novas lideranças surjam, auxiliando que novas pessoas possam atuar no meio. E, principalmente respeitando as demandas do povo. Eu não tenho coragem, e quem me conhece de perto sabe disso, de brincar com a demanda de um morador de um bairro que não tem, por exemplo, calçamento. Eu não posso chegar prometendo aquilo que não poderá ser cumprido, porque isso é uma opressão covarde, e essa covardia da política tem de ser extirpada da cultura da sociedade teófilo-otonense. A cidade de Teófilo Otoni precisa ser respeitada. Nosso município não pode viver um joguete político que nos últimos 40 anos nos levou a ser a cidade que menos cresceu em Minas Gerais. Nós não podemos permitir que essa cidade, que atende mais de 90 municípios na área de saúde seja refém de um pensamento de política de grupo ou de partido. Nós não podemos permitir que Teófilo Otoni fique para trás sendo a maior cidade do Nordeste de Minas, perdendo competitividade pela falta de um plano diretor decente, pela falta da eficiência da máquina pública, pela falta de saber para que lado essa cidade cresce e o quê que ela tem de bom. Criticar, apontar problemas é muito fácil, e aí há o meu entendimento, que é com muito sangue no olho e vontade de fazer diferente, que iremos conseguir inverter essa dinâmica, respeitando as pessoas, as diferenças, mas tendo muita firmeza para encarar os desafios para peitar aquilo que for necessário para nos livrar de um modelo que não serve mais. Isso precisa ficar muito claro para a população. É óbvio que todo mundo tem um lado bom. É notório que toda pessoa possui algo de bom para contribuir. Mas somente isso não é suficiente para colocar Teófilo Otoni na rota do desenvolvimento socioeconômico.

“Por ter ocupado cargos em governos de lados opostos é que percebi que a eficiência do modelo político proposto pelos dois é muito baixa para nossa cidade”

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