TEÓFILO OTONI – Era p ara ser mais uma sessão legislativa da Semana de Reuniões de Dezembro, a última do ano, na Câmara de Vereadores. Porém, dois grupos lotaram as dependências da casa, um com camisas do presidente da República, Jair Bolsonaro, de tendência ideológica direitista, e outro do Levante Popular, do segmento da esquerda. O primeiro foi apoiar a aprovação do Projeto Escola Sem Partido, impetrado pelo vereador Gabriel Gusmão (Avante). O segundo, por sua vez, composto em sua maioria por estudantes da UFVJM, queria o boicote ao PL.
Enquanto os bolsonaristas afirmavam que a ideia do projeto é acabar com a doutrinação ideológica na sala de aula, o grupo progressista afirmava que o mesmo visa a censura frente o livre ensinar.
Pauta importantes ao léu
A reunião tinha pautas importantes para o Município, como o que versava sobre a diminuição do número de vereadores para a próxima legislatura, passando dos atuais 19 para 15 vereadores, PL este de autoria de Cajaíba (Cidadania), e outro de autoria do Executivo, sobre o Orçamento da administração pública para o ano de 2020. Porém, toda a pauta foi trancada com a suspensão da sessão pelo presidente da casa, vereador Filipe Costa (PSD), após o aumento da contenda entre os dois grupos presentes.
Contenda generalizada
A hostilidade entre ambos era tanta que contaminou os vereadores. Vários deles, favoráveis e contrários ao projeto, ou de esquerda e de direita, começaram a discutir entre si no plenário, quase chegando às vias de fato, precisando ser separados por outros colegas mais amenos.
O Tático Móvel da Polícia Militar foi acionado. Nesse ínterim, um dos presentes quase teve o pedido de prisão feito pelos vereadores, após este chamar os edis de ‘safados’. Nessa mesma toada, alguns vereadores também ofenderam a plateia com palavras de baixo calão. À esta altura a sessão foi suspensa e a PM esvaziou o plenário.
No primeiro piso da Câmara Municipal, os grupos começaram a brigar novamente. Nesse momento a polícia lançou spray de pimenta para apartar os ânimos. O gás contaminou todo o prédio, levando alguns a passarem mal, principalmente idosos, que foram atendidos por viaturas do Samu.
Com a paralisação dos trabalhos a votação dos projetos foi postergada.