A pecuária de leite no Nordeste mineiro continua sendo uma atividade de relevância para o território
Nesta quinta-feira (10), aconteceu o IV Simpósio de Leite a Pasto do Nordeste de Minas, no Expominas de Teófilo Otoni. O evento reuniu produtores, técnicos do setor, estudantes e representantes de entidades de classe de vários segmentos. No passado, a região já ostentou o título de uma das mais importantes bacias leiteiras do país. O objetivo do encontro foi inspirar os profissionais do campo a retomar o lugar de destaque de anos atrás, com o auxílio da tecnologia e da gestão. As palestras foram ministradas por especialistas do agronegócio. O evento é uma realização do Sebrae Minas, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais e com a Sociedade dos Médicos Veterinários e Zootecnistas do Nordeste de Minas Gerais.
“A proposta é trazer experiências bem-sucedidas para inspirar e estimular os produtores da região. Os desafios do produtor são inúmeros, mas basicamente ele precisa se manter em constante atualização tecnológica, para poder enfrentar a realidade que o mercado exige”, afirma o diretor Técnico do Sebrae Minas João Cruz Reis Filho. Na oportunidade, ele enfatizou a importância do Educampo para o agronegócio. “É um projeto vitorioso do Sebrae, que dá ao produtor ferramentas para gerir o negócio tecnicamente e com resultado econômico”.
O gerente da Regional Jequitinhonha e Mucuri do Sebrae Minas, Rogério Nunes Fernandes, fez um panorama dos últimos 40 anos da produção agropecuária no Brasil. “Se resgatarmos as notícias dos últimos cinco anos com relação à nossa economia, sabemos que o campo sustentou o país nesse período, principalmente nos momentos de crise. O agronegócio, em nível de campo, emprega nos estabelecimentos agropecuários 1,8 milhão de pessoas e responde por 35% do PIB mineiro”, ressaltou.
Para o produtor Silas José Barbosa, da cidade de Catuji, é preciso criar mecanismos para armazenar água, já que se trata de um insumo fundamental na agropecuária. “A água é o principal vetor de insumo para produzir e não existe um estímulo para a gente acumular o recurso. Aqui, temos um regime de chuva que varia de 800 a 1.800 milímetros por ano. No dia que o estado normatizar e obrigar a armazenar água para utilizar na agropecuária nós vamos ser produtivos. É uma atividade difícil, mas empregando tecnologia e gestão conseguimos viver da atividade. É preciso somar esforços e participar de associações, porque sozinho em qualquer área é muito difícil”, ponderou Silas.
Na oportunidade, o professor Luiz Carlos Molion fez um diagnóstico da situação do clima local nos últimos anos, a expectativa para a safra em termos de chuva e a tendência do clima para os próximos 10 anos. “Na prática, estamos com um período de sete anos que tem faltado chuva na região. Mas, a tendência para os próximos 10 anos vai ser de resfriamento global, que vai ser sentido por uma frequência de invernos mais rigorosos”, garantiu Molion.