TEÓFILO OTONI – O secretário municipal de Agropecuária e Abastecimento, Sérgio França (Serginho), amigo de longa data do prefeito Daniel Sucupira (PT), concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal DIÁRIO para falar sobre a polêmica da semana: a doação das 20 toneladas de alimentos arrecadados no Teofolia para o Restaurante Popular. Os alimentos eram parte do ingresso para o micareta, que a preços populares exigia de cada participante, além da compra do abadá, a doação de dois quilos de alimentos não perecíveis. A contenda nasceu e viralizou pelas redes sociais por que as refeições serão vendidas (ao preço de R$ 4 o almoço), surgindo a indagação do porque os mantimentos não foram entregues para entidades assistenciais do município. Para responder esta e outras questões ouvimos um dos agentes próximos do projeto. Durante seu funcionamento (com previsão de inauguração para a semana que vem, mas sem dia exato), o Restaurante Popular vai ofertar mil refeições diárias, sendo que 200 delas serão destinadas [todos os dias] para a UPA e o Hospital Bom Samaritano, economizando R$ 230 mil anuais nos cofres públicos (que antes compravam de uma empresa terceirizada). Confiram a íntegra do bate papo do jornal, realizado na sede da secretaria, na tarde desta quinta-feira (10).
DIÁRIO – Algumas críticas apontam que a Prefeitura pegou os alimentos doados para a entrada do Teófolia, para serem vendidos no Restaurante Popular, pela empresa que venceu a licitação, a APJ. Nos fale sobre essa acusação?
SERGINHO – Hoje, infelizmente, vamos ter pessoas que irão ser contrárias a todas as ações boas do governo. O Teófolia é um evento que estava há mais de seis anos sem acontecer, e graças a Deus foi um sucesso. O objetivo da arrecadação de 2 quilos é para aumentar a nossa capacidade de alimentar as pessoas, através das refeições que serão servidas no Restaurante Popular. A APJ, que é a Associação Aprender a Produzir Juntos, é uma das pioneiras de Teófilo Otoni, com um papel social importantíssimo na nossa cidade, sem fins lucrativos. A APJ ganhou um chamamento (licitação) para fazer a gestão do Restaurante Popular. E como será realizado o custeio do Restaurante Popular? 50% a Prefeitura vai custear a alimentação, e 50% os próprios usuários. A quantidade de alimentos que foi arrecadada no Teófolia vai entrar como contrapartida. Se a Prefeitura tinha que pagar R$ 3,50 por cada prato, terá este valor abatido no repasse. É não é só isso. A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agropecuária, está com um grande projeto, chamado PAA – Programa de Aquisição de Alimentos. Este projeto visa fortalecer o restaurante popular e o campo. Iremos comprar os alimentos diretamente da agricultura familiar, produtos que são produzidos na nossa região, oriundos da zona rural, s frescos e de qualidade para serem servidos aos usuários. É importante que orientemos as pessoas, porque uma ação tão importante como o restaurante popular não pode ser misturada com outras interpretações. Infelizmente, a oposição quer criar essa situação, quer criar desconforto para o governo. Mas estamos de cabeça erguida, trabalhando para cumprir aquilo que foi promessa de campanha do prefeito Daniel Sucupira (PT). A cada dia trabalhamos mais para dar dignidade e conforto para os munícipes. O restaurante popular inicia uma cadeia de desenvolvimento e geração de renda sem precedentes. Passa pela agricultura familiar, proporcionando recursos para os trabalhadores do campo. também para os funcionários do comércio, que não precisarão se deslocar até suas casas para almoçar, economizando dinheiro para investir em outras coisas. Além disso, o restaurante popular traz uma alimentação de qualidade, acompanhada por nutricionista, com produtos naturais de Teófilo Otoni. Queremos esclarecer para a população que isso não é verdade (em relação às críticas). Poderíamos, sim, doar estes alimentos para entidades sociais, mas hoje a entidade cadastrada é o restaurante popular de Teófilo Otoni. Vale lembrar que o prefeito reajustou em 60% o repasse das verbas de subvenção para as creches do município. O PAA, nesse último ano, atendeu todas as entidades. E em 2019 nós priorizamos o Restaurante Popular, porque entendemos que é uma ação muito importante. Essa foi a nossa decisão. Temos sempre trabalhado para ajudar as entidades, e, infelizmente, esse é mais um boato que estão colocando nas costas do governo de Daniel Sucupira. Porém, como já disse, temos a cabeça erguida. Sabemos o que fizemos e faremos sempre o melhor para Teófilo Otoni.
Então, é um processo legal?
Sim. A oposição tem que ter fatos contrários. Eles criam fatos. É simplesmente isso. Sabemos de onde essas críticas estão vindo, quem são as pessoas que fazem essa imputação, e estamos com a consciência tranqüila. Essa alimentação arrecadada está sob a tutela do município, através da Secretaria Municipal de Assistência Social. Então, onde está a verdade ao se dizer que a Prefeitura doou para a APJ, se os alimentos ainda estão na Secretaria de Assistência Social? São boatos, e contra boatos trabalhamos cada dia mais para melhorar Teófilo Otoni. Aproveito o ensejo e faço um chamado: quem não quiser ajudar que não atrapalhe. Temos muitas dificuldades desnecessárias quando ficamos desmentido boatos. Nesse tempo poderíamos fazer outra ação, cuidar de outras coisas. Por isso, reforço, se as pessoas não querem ajudar o governo municipal, que ajude as entidades, a cidade em si, de outra forma que apenas produzir críticas contra Daniel Sucupira. Tragam recursos e projetos através de seus deputados. Vamos pensar em Teófilo Otoni, na nossa população. Esse é o melhor caminho para todos nós.
O Restaurante Popular foi aberto no governo da ex-prefeita Maria José. Porém, no governo municipal do ex-prefeito Getúlio Neiva, o Restaurante Popular foi fechado sob a alegação de alto custo. Você disse que a Prefeitura vai bancar 50% do restaurante popular. Nesse momento de crise financeira nacional, o município vai conseguir arcar com isso?
Não abrimos o restaurante popular nos primeiros meses de governo porque precisaríamos, pelo menos, saber o que tinha lá. Quando recebemos a prefeitura, tomamos um susto muito grande ao observamos o espaço do Restaurante Popular. Encontramos o local sucateado, equipamentos furtados, talheres, panelas, tudo foi levado. Não sabemos quem, mas não estavam lá, por isso não iniciamos. Posteriormente, através do governo Pimentel e outros parceiros, conseguimos fazer a reforma, adquirir novos materiais e os equipamentos que estavam faltando. Vale salientar que todas estas ações passam por um planejamento, uma organização. O nosso prefeito age assim. Ele organizou, através das Secretarias de Agropecuária, Assistência Social e Obras a reestruturação do empreendimento. Por isso, afirmo e garanto que hoje estamos preparados para abrir e manter o Restaurante Popular em funcionamento. Sobre a gestão passada, não sei o porquê, não sei os motivos, mas não deram continuidade. Teófilo Otoni tem suas peculiaridades, que são históricas. Quando um governo cria uma coisa boa, o próximo a desfaz. Já nosso governo é diferente. Aquilo que é bom iremos melhorar. É assim que temos que fazer e é desse modo que vamos construindo uma Teófilo Otoni melhor para todos.