TEÓFILO OTONI – Servidores do INSS e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) fizeram uma manifestação na Praça Tiradentes, Centro, na tarde desta terça-feira (21). O grupo, composto por servidores da previdência e de professores da universidade federal, reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Com faixas, panfletos e gritos de ordem, os grevistas chamaram a atenção durante o ápice do evento, na Praça Tiradentes. A paralisação do INSS foi iniciada no último dia 7 de julho, e de acordo com o Ministério da Previdência Social cerca de 240 agências brasileiras estão totalmente paralisadas e em 307 o funcionamento é parcial.
“O ato desta terça-feira foi uma manifestação do funcionalismo público de Teófilo Otoni. A manifestação contou com a participação dos representantes do INSS e da UFVJM, com o objetivo de mostrar para a população que o movimento grevista não reivindica apenas reajuste salarial, e sim, melhoria na qualidade de atendimento à população. Com relação às negociações o governo federal vem negociando com as entidades representativas, mas por enquanto não houve qualquer tipo de acordo entre as duas partes”, afirmou o servidor do INSS, Marco Aurélio Costa.
Ainda segundo o manifestante, a adesão dos colegas em Teófilo Otoni tem sido satisfatória.
“A adesão tem sido satisfatória no âmbito da gerência do INSS de Teófilo Otoni. Hoje todas as agências vinculadas a gerência executiva da cidade estão ou totalmente fechadas ou funcionando parcialmente com os serviços ofertados à população. Enquanto não houver qualquer tipo de acordo entre o governo federal e a entidade representativa a greve continua por tempo indeterminado”, finalizou.
O economista e professor da UFVJM, Fernando Leitão, destacou as pautas dos servidores públicos federais, afirmando que cada categoria tem sua pauta específica de reivindicações, no entanto, segundo ele, esse é o momento da unidade, e o que unifica é a luta por um plano de carreira, garantia do emprego público, e que não ele não seja precarizado.
“Nesse momento a gente percebe que as pautas, bandeiras, são comuns. Agora é óbvio que o governo pode ter uma estratégia de dialogar de uma forma diferente com cada categoria para enfraquecer a luta. Temos clareza disso e estamos tentando fazer a luta coletivamente. Realizamos um ato unificado em Brasília com demais categorias dos servidores públicos federais. Não apenas os professores. Para que a gente possa pressionar o Ministério do Planejamento e também o Ministério da Educação. A greve dos professores [das universidades federais] já está em pauta há quase dois meses. O INSS entrou há treze dias. São greves específicas. Na medida do possível cada categoria vai analisando diante das suas assembléias locais, diante dos sindicatos que a representam as propostas que o governo vier a oferecer, e mediante a isso cada categoria vai tendo sua decisão, deliberação que é extremamente legítima. Isso fará com que cada categoria tenha um processo de saída da greve distinto”, afirmou.
O economista ainda lembrou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2016 ainda não foi votada no Congresso.
“Seria interessante que a gente possa todo mês de julho, inicio de agosto, fortalecer a greve no serviço público federal, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2016 ainda não foi votada. A LDO é que vai garantir todo o recurso necessário para atender os servidores públicos federais. Isso não é uma demanda apenas dos professores ou dos técnicos administrativos das universidades. É uma demanda dos servidores do INSS, enfim, de todos os servidores federais. A gente quer garantir que na LDO de 2016 o orçamento contemple nossas reivindicações no que tange a questão salarial e as questões relacionadas ao plano de carreira estamos dialogando com o Ministério da Educação. As negociações irão acontecer, e nesta quarta-feira, acontecerá uma reunião com o Ministério do Planejamento e o Ministério da Educação com os representantes dos professores, os servidos públicos federais da educação. Amanhã será apresentada uma proposta do governo. A partir dessa proposta nós vamos deliberar se ela é importante ou não ou se atende os nossos interesses ou não”, concluiu o professor da UFVJM, Fernando Leitão.