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Síndrome de Burnout: uma doença relacionada ao trabalho

Em um mundo cada vez mais moderno e competitivo, temos “sobrevivido” a um ritmo de vida bastante frenético, junto a um avanço tecnológico e as mudanças velozes, somos constantemente cobrados independentes da profissão, com altas metas, pressões, responsabilidades, com atividades variadas, resultando-se assim no acúmulo de funções e em uma qualidade de vida bastante prejudicada. A impressão que se tem é que às 24 horas já não estão sendo mais suficientes, passamos então, a exigir cada vez mais de nós mesmos para dar conta de todas as tarefas, o que pode desencadear problemas emocionais, contribuindo para possíveis quadros de estresse, que, é um dos problemas mais comuns entre os transtornos psicológicos. Se o estresse constante lhe faz sentir desamparado, desiludido e completamente exausto, você pode estar no caminho para o esgotamento, estar esgotado significa sentir-se vazio e mentalmente exausto, desprovido de motivação e além do cuidado. As pessoas se sentem cada vez mais cobradas para gerarem resultados, e nesta busca incessante, o profissional corre o risco de desenvolver a síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional.

Burnout significa falta completa de energia, é um estado de estresse crônico, uma consequência do acúmulo excessivo de estresse em trabalhadores que têm uma profissão muito competitiva, com muitas responsabilidades, com fatores organizacionais de elevada sobrecarga de trabalho, onde existe também um desalinhamento entre os objetivos da instituição e os valores pessoais dos profissionais, tornando o dia de trabalho em um sacrifício que envolve um esgotamento físico, mental e a incapacidade de atender as demandas constantes.  À medida que o estresse continua, a pessoa começa a perder o interesse e a motivação que o levaram a assumir determinado papel em primeiro lugar, sendo incapaz de funcionar efetivamente em um nível pessoal ou profissional.  O burnout reduz a produtividade, consome a energia, fazendo com que a pessoa se sinta cada vez mais desamparada, desesperada, ressentida, incompetente, e além das mudanças na anatomia do cérebro, os cientistas estão começando a entender como o burnout pode afetar o funcionamento cognitivo das pessoas, interrompendo a criatividade, a resolução de problemas e a memória de trabalho. As pessoas que sofrem dessa doença geralmente não vêem nenhuma esperança de mudança positiva em suas situações, mas é importante ressaltar que tal esgotamento não é causado apenas pelo trabalho estressante ou por muitas responsabilidades, outros fatores podem contribuir para o esgotamento, incluindo seu estilo de vida, demandas domésticas, o que a pessoa faz em seu tempo de lazer, e os traços de personalidade. A síndrome atinge diversas áreas profissionais, com destaque em policiais, profissionais da área da saúde e educação (sobretudo em docentes de instituições e de turmas com elevada indisciplina), médicos, enfermeiros, atendentes, gestores, administradores. Os efeitos negativos do burnout se espalham por todas as áreas da vida, incluindo vida doméstica, trabalho e vida social, causando também alterações em longo prazo no corpo, que o tornam vulnerável a doenças como gripes e resfriados. Tudo parece sombrio, muitos dos sintomas se sobrepõem às marcas da depressão, incluindo extrema fadiga, perda de paixão, intensificação e negatividade. É um processo gradual, não acontece do dia para a noite, os sinais e sintomas são sutis no início, mas pioram com o passar do tempo se não tratados.  Mas reconhecendo os primeiros sinais de aviso ou sintomas, pode ser um sinal de alerta de que algo não vai bem e precisa ser resolvido, onde muitas coisas podem ser feitas para recuperar o equilíbrio mental e começar a se sentir positivo e esperançoso novamente. Se prestar atenção e agir para reduzir o estresse, a pessoa pode evitar um grande colapso, mas se ignorá-los, acabará se esgotando, pois não se trata de um simples estresse que pode ser resolvido com folgas, necessita de tratamento, acompanhamento Psicológico e muitas vezes Psiquiátrico.

 

Alguns sinais iniciais de alerta.

 

  • Se todo  dia é um dia ruim, cuidar do seu trabalho ou da vida doméstica parece um total desperdício de energia;
  • Se sente exausto o tempo todo, a maior parte do seu dia é gasta em tarefas que você considera tediosas ou avassaladora,
  • Se sente como se nada fizesse diferença ou fosse apreciado.

Alguns Sinais Físicos de Burnout:

  • Falta de energia, sente-se cansado a maior parte do tempo;
  • Dores de cabeça, musculares e nas articulações freqüentes;
  • Sistema imunológico fica enfraquecido, ficando doente muitas vezes;
  • Mudança no apetite ou hábitos de sono.
  • Dor no peito, palpitações cardíacas, falta de ar, tontura, desmaios;
  • Problemas gastrointestinais, cardiovasculares, doenças de pele, enjôos, impotência sexual, insônia, obesidade, etc.

Alguns Sintomas Emocionais

  • Insônia;
  • Sente-se fracassado e inseguro;
  • Pessimismo e negatividade, visão cada vez mais negativa;
  • Tristeza profunda, sente deprimido;
  • Sente-se impotente e derrotado;
  • Sente-se sozinho no mundo, falta de esperança, sensação de vazio;
  • Perda da motivação e prazer, sentimentos de ineficácia e falta de realização;
  • Alterações do humor;
  • Desinteresse e indiferença;
  • Estafa Mental;
  • Baixa autoestima pessoal;
  • Irritabilidade e nervosismo permanente;
  • Sentimentos de culpa, frustração e inutilidade;
  • Ansiedade, raiva, medo;
  • Esquecimento, dificuldade de concentração e atenção;
  • Pensamentos paranóicos e suicidas;

Alguns Sinais Comportamentais:

  • Dificuldades de levantar para trabalhar;
  • Evitação de responsabilidades;
  • Sensação de sobrecarga;
  • Isolamento;
  • Procrastinação, demora para fazer as coisas;
  • Aumento do risco de alcoolismo e consumo de drogas;
  • Atraso no trabalho, dificuldades em cumprir horários e metas;
  • Rispidez, agressividade, explosões de raiva e discussões;
  • Desapego, sentimento geral de sentir-se desconectado dos outros ou do seu ambiente.
  • Falta de produtividade e baixo desempenho;

 

Existe Tratamento?

Sim, existe! O que significa que quanto mais cedo à pessoa buscar ajuda e reconhecer os sinais, melhor será capaz de evitar o burnout. O tratamento deve ser orientado por um psicólogo e psiquiatra, onde será avaliado o histórico do paciente e os sintomas que vem apresentando.  Normalmente, é feito em uma combinação de terapia e medicamentos, a psicoterapia vai ajudar trabalhando o problema diretamente na causa, compreendendo os principais agentes estressores, diminuindo a ansiedade, gerenciando o estresse em busca do equilíbrio, assim como os medicamentos receitados pelo Psiquiatra que também ajudarão a reduzir os sintomas. Se conhece alguém que esteja apresentando alguns sintomas ou se acredita estar passando por algum momento de estresse, reavalie e busque ajuda de um profissional Psicólogo o quanto antes, onde será avaliado e investigado se há ou não a presença da síndrome de Burnout.  Tire algum tempo para avaliar honestamente a quantidade de estresse em sua vida e encontrar maneiras de reduzi-lo antes que seja tarde demais. Burnout não é como a gripe, ela não desaparece depois de algumas semanas, a menos que faça algumas mudanças em sua vida, e por mais difícil que isso pareça, é necessário para a sua saúde mental, porque fazer algumas pequenas mudanças agora irá mantê-lo na corrida com muito gás para atravessar a linha de chegada. Além disso, é recomendável adotar um estilo de vida mais saudável, que inclua uma boa alimentação, momentos de lazer, atividades físicas e relaxantes, que são fatores que também ajudam a aliviar os sintomas.

 

“O material é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo”

 

Graziele Oliveira/CRP: 04/38441 é psicóloga clínica com formação em Coaching Psychology

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