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Teófilo Otoni comemora 163 anos neste 7 de Setembro

3Theophilo Benedicto Ottoni – fundador do município no ano de 1.853

Parabéns cidade pelos seus 163 anos

TEÓFILO OTONI – A região, que compreende o território do município de Teófilo Otoni, começou a despertar a atenção dos portugueses, logo após o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 1500.

A preocupação maior era constatar a existência do ouro e do diamante na terra até então desconhecida. Através dos índios vieram notícias de uma “Serra das Esmeraldas”, situada no Nordeste de Minas Gerais.

  1. João III, pensando nos milhões que poderia seu reino poderia ganhar se tal fato viesse a se confirmar, organizou expedições para visitarem as nossas terras. A primeira, data de 1550, tendo sido chefiada por Martim Carvalho. Devido aos inúmeros obstáculos, essa expedição regressou, sem ter conseguido alcançar o seu objetivo, que era checar a existência da “Serra das Esmeraldas”.

Seguiram-se as expedições de Sebastião Fernandes Tourinho, em 1573, e Antônio Dias Adorno, em 1580. Ambas limitaram-se ao conhecimento da região. Data de 1752 a fixação do ambiente mais antigo da região: Mestre de Campo João da Silva Guimarães. Em seguida, surge a Fazenda Mestre Campo, aberta por Antônio José Coelho. Hoje, essa fazenda é sede da Colônia Francisco Sá, que é habitada por colonos nacionais, alemães, austríacos e outros.

Em 1836, o engenheiro Victor Renault, em demorada excursão, percorreu os vales dos rios Todos os Santos e Mucuri e, tendo atingido a foz do último no oceano, no Estado da Bahia, regressou. Theophilo Benedicto Ottoni, que nascera na cidade do Serro, em Minas Gerais, em 27 de novembro de 1807, desejando desbravar e colonizar a região do Mucuri, organizou, em 1847, a Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, que imediatamente entrou no plano das realizações.

 

 

 

4Máquina a Vapor da Estrada de Ferro Bahia-Minas; na foto à direita, a rua Direita, hoje avenida Getúlio Vargas, no centro de Teófilo Otoni

Entre as suas aspirações, estava incluída a fundação de uma cidade que se tornasse o centro propulsor e distribuidor do progresso no Norte de Minas Gerais. No ano de 1847, Theophilo Benedicto Ottoni projetou ligar o Nordeste de Minas Gerais com o litoral de Brasil, através da densa floresta, das chapadas e serras que acompanham a costa brasileira de Norte a Sul. Para esse fim organizou duas grandes expedições. Uma delas partiria de Santa Cruz do Rio Preto e a outra, avançaria Mucuri acima, Santa Clara (Nanuque) é o local onde essas duas expedições se encontram. Estava vencida a primeira etapa.

Em 1851, Theophilo Benedicto Ottoni fundou no Rio de Janeiro a “Companhia Mucuri”, que organizaria o transporte fluvial e terrestre, bem como a exploração da região.

Como em 1847, ele combina o encontro de duas expedições: uma saindo do Alto dos Bois, levando a incumbência de localizar o rio Todos os Santos e segui-lo até sua desembocadura no Mucuri. O rio Todos os Santos tinha a fama de ser rico em ouro e diamantes; e outra que partindo de Santa Clara, se dirigia para o mesmo local. A primeira era chefiada por seu primo Manuel Esteves Ottoni. A segunda era dirigida por ele mesmo e por um cunhado, Joaquim José de Araújo Maia.

Selecionaram os homens, limparam as velhas carabinas e afiaram os facões. Arranjaram os “línguas” para os necessários entendimentos com os índios. Reuniram alimento, remédios e ferramentas. Colocaram as bruacas de sol [alimento característico da região Nordeste do Brasil,  feito basicamente com os mesmos ingredientes de um bolo convencional], o fumo de rolo, os panos de toucinho, os barris de pólvora. Tudo estava pronto para a grande arrancada. E em uma fria madrugada de 1852, Theophilo Benedicto Ottoni invadiu as selvas virgens do Mucuri. A marcha foi penosa. Os cipós embaraçados, serpentes, mosquitos transmissores de doenças e onças. Os índios começam a dar sinal de sua presença. Mas os homens tinha ordem de não atirar nos selvagens, nem mesmo para responder à agressão.

Por isso, aos primeiros ataques, e para afugentar os índios, disparam para o ar. Certa manhã, a catástrofe chegou de surpresa. Os botocudos investem repentinamente e, desaparecem na brenha espessa. Terminado o assalto, as consequências são funestas: dois homens agonizantes, quatro feridos e todos os animais de carga mortos. Os pioneiros prosseguem. Agora substituem as mulas carregando o que é possível. E a caminhada se tornou um drama sem fim. Os mantimentos acabaram. Passaram a se alimentar de frutos silvestres e palmito sem sal. O receio de novos ataques de índios causam pesadelos e noites mal dormidas.

Um dia, num ponto cerca de 200 quilômetros de Santa Clara, avistaram uma bela planície, com bom clima e terra fértil, causando admiração àqueles homens cansados.

E Theophilo Benedicto Ottoni, de fisionomia aberta, designando aos companheiros as margens férteis do rio, com uma exclamação que deveria perpetuar-se no tempo, diz: “Aqui farei a minha Philadelphia!” – nome que ocorreu a Theophilo Benedicto Ottoni em virtude da grande e rápida prosperidade alcançada pela cidade norte-americana que ainda hoje possui o mesmo nome.

No aniversário da Independência, a 7 de setembro de 1853, Theophilo Benedicto Ottoni faz a inauguração de Philadelphia como centro das colônias do Mucuri. Ele escolhera a data de propósito, na intenção de brindar o grande dia com uma nova cidade. A solenidade é bem simples: o engenheiro alemão Schlobach fez o alinhamento de uma rua, plana e retilínea, comprida de meia légua, no rumo Norte-Sul, foi batizada a primeira rua de Filadélfia, a tradicional rua Direita, atualmente avenida Getúlio Vargas.

Na pequena capela, futura matriz, foi realizada a primeira missa em Filadélfia. As imagens sagradas são as do antigo oratório de Manuel Vieira Ottoni, o fundador de Vila do Príncipe. Os primeiros habitantes das terras de Teófilo Otoni, foram indígenas descendentes dos Tapuias. Em 1922 havia ainda uma derradeira taba de índios Machacalis, localizada nas nascentes do ribeirão Imburanas, habitada por 15 a 18 famílias. A partir daí o estadista colonizador abraçou com entusiasmo a ideia de estabelecer núcleos coloniais, que seriam confiados a imigrantes europeus, particularmente germânicos.

 

18Vista aérea da cidade e, em primeiro plano, a Catedral da Imaculada Conceição; na foto à direita, a Praça Germânica com o monumento aos imigrantes alemães e, ao fundo, o prédio histórico da Cemig

Um dos passos decisivos nesse sentido foi sem dúvida o apoio que o Governo Imperial assegurou ao empreendimento. Redobrou-se o ímpeto progressista. Já em 1854, erguiam-se grandes armazéns em 20Filadélfia e Santa Clara, e procedia-se à abertura da estrada, que quatro anos mais tarde acabaria ligando esses dois povoados. Em 1856, chegavam os primeiros colonos suíços e alemães como consequência de anúncio mandado publicar nos jornais da Alemanha pela firma Schlobach e Morgenster, por ordem de Theophilo Benedicto Ottoni, convidando colonizadores, que teriam o amparo em todos os sentidos por parte da “Companhia Mucuri”. Era o dia 27 de julho de 1856.

 

 

 

21Vista aérea do centro de Teófilo Otoni; na foto à direita, gemas que elevaram a cidade a ser denominada Capital Mundial das Pedras Preciosas

Mal chegados os primeiros imigrantes, a Companhia lhes confiou um empreendimento comum: trabalhar na estrada que ligaria Filadélfia a Santa Clara. Só depois de acabada esta obra em 1858, cada qual poderia tomar posse de sua cota de terras, distribuídas nas bases que se seguem: todo imigrante recebeu, uma extensão de terras com as seguintes dimensões: 220 metros de frente por 3.000 metros de fundo, ou seja, 15 alqueires. A estrada de Santa Clara – Filadélfia, primeira rodovia do interior do Brasil, inaugurada em agosto de 1857, era a via Ápia do Mucuri – e por ela trafegava em 1859 mais de 40 carros particulares, puxados por mulas, 200 carros de boi e 400 lotes de burros.

Tinha uma extensão de cerca de 170 quilômetros. Naquela época, – 1858, Filadélfia já acusava uma população de 600 habitantes, 129 casas residenciais, em sua maioria construções rudimentares, e 12 estabelecimentos comerciais. Naquele tempo, a florescente Filadélfia sofria rude golpe com o êxodo de grande parte de seus primitivos habitantes, assustados com as epidemias tropicais e desiludidos com os poucos resultados de seu trabalho. Consta que aproximadamente a metade de todos os moradores abandonou a região. Muitos não se deixaram abater pelas dificuldades que eram tantas, como os ataques de índios Pojichás (Botocudos), de feras e mosquitos transmissores da malária. Resistiram e levaram à frente o sonho que os trouxera aos trópicos. Em 1857, pela Lei Provincial número 808, de 3 de julho, Filadélfia fora elevada a distrito e freguesia da comarca de Minas Novas.

O decreto número 6.368, de 8 de novembro de 1876, emancipava pela Lei Mineira número 2.486, de 9 de novembro de 1878, alçando a Freguesia à categoria de cidade, com o nome de Teófilo Otoni, em homenagem a seu fundador, vindo a ser instalada oficialmente em 25 de março de 1881. (Fonte: Ascom CMTO – Texto do pesquisador Reynaldo Ottoni Porto)

 

Foto capa>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

 

Aniversário 1

Nascida no ano de 1953 por meio de um idealista descendente de alemães que queria povoar o nordeste mineiro, Teófilo Otoni, o município pólo do nordeste mineiro, a ‘cidade coração’, Capital Mundial das Pedras Preciosas, completa hoje 163 anos de exist

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