Havia uma crescente ideia fixa em partir para o litoral. Afinal, no litoral “os biquínis estão cada vez menores e o consumo de cerveja, cada vez, maior”. Salve jau! No litoral os shortinhos curtos desfilam deslumbrantemente por beiras de praia e praças iluminadas e sonorizadas. É Carnaval.
“Quero beber! Cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz um caco…
Evoé Baco! ”
Este é Manoel Bandeira, já em 1919, dando bandeira sobre seu gosto pela maior festa popular brasileira. Afinal, só depois do carnaval é que o calendário nacional começa a funcionar de verdade em algumas cidades.
No carnaval é que alguns se despem de pudores, arranjam novos amores, colorem e descobrem novas cores e desprezam dissabores. Carnaval, festa do povo, onde desiguais se tornam iguais, uns nem tão mais iguais que os outros, e desfilam pela cidade mostrando luxúria, leveza, embriaguez e sensualidade. Deus há de nos perdoar, pois não há na maioria dessas pessoas, um grão sequer de maldade.
Entre Brahmas, camas, beiras, vielas, trios, blocos e panelas, encontram-se homens nus, moças decotadas, fantasiadas, já cansadas de uma rotina formal. E perdoem-me os conservadores, pois é no carnaval que encontro mais amores prontas pra se darem bem comigo, é tudo muito normal. Vou beijar-te agora, não me leve a mal, pois é carnaval.