Movimento reivindica reajuste salarial com base no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos dois anos. Funcionamento foi mantido em 30% da frota
TEÓFILO OTONI – Funcionários do transporte coletivo urbano de Teófilo Otoni entraram em greve na manhã desta segunda-feira (9). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, as atividades foram paralisadas porque os funcionários estão há dois anos sem reajuste do salário e dos benefícios.
O advogado do sindicato, Joacir Ribeiro, aponta que foi mantido o funcionamento de 30% da frota. “A frota é composta de 40 ônibus e agora pela manhã apenas 13 estão circulando. Os trabalhadores estão dentro da empresa aguardando reunião com representantes. O sindicato reivindica reajuste com base no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos dois anos”, explica.

Ainda segundo o advogado, nas últimas semanas foram realizadas reuniões entre o Sindicato, representantes da empresa Vale do Mucury e da Prefeitura, mas não foi apresentada nenhuma proposta de reajuste aos trabalhadores e uma nova reunião está marcada para a manhã desta segunda-feira.
Aumento da tarifa e transtornos à população
A Prefeitura de Teófilo Otoni, por meio da Secretaria Municipal de Governo, informou por meio de nota que o Executivo não vai autorizar aumenta da tarifa da passagem do transporte urbano coletivo municipal, atualmente de R$ 3,30. O Município alega ainda que entende as motivações dos funcionários da empresa, que estão em busca de recompatibilização salarial, mas que não vai permitir que a população seja prejudicada, visto que grande parte dos trabalhadores da cidade dependem do transporte para se locomoverem de suas casas ao trabalho.
Em nota anterior, logo à época da publicação do edital de indicação de greve, a Viação Vale do Mucury, informou que o reajuste dos seus servidores não ocorreu devido a defasagem no preço das ‘passaginhas’, reajustadas pela última vez em 2016.
Moradores de bairros distantes da área central disseram que planejaram previamente a ida ao trabalho, visto que a paralisação foi informada anteriormente. Alguns deles seguiram com amigos em veículos próprios, enquanto outros utilizaram transportes alternativos, como moto-táxi e táxis. Por sua vez, algumas pessoas informaram ao jornal que não conseguiram se deslocar até o trabalho. Alegaram que são assalariados e pagam as despesas em casa e pessoais, não sobrando recursos para empregar em outros meios de transporte, visto que utilizam o vale transporte oferecido pela empresa onde trabalham ou o cartão de ônibus, abastecido sempre que recebem seus soldos. Em conversa com a reportagem, muitos alegaram que tiveram o dia descontado no serviço devido a falta, já outros afirmaram que seus superiores entenderam a ausência devido a greve. Na maioria dos casos, os problemas atingiram habitantes de bairros como o Taquara, São Benedito, Vila da Palha, Monte Carlos, Jardim Felicidade, Viriato, etc, distantes em torno de até 07 a 08 quilômetros do Centro da cidade, além das comunidades rurais próximas (Cedro, Potonzinho, Lajinha, dentre outras).
(Com informações do G1 dos Vales)