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Restaurante Irmã Zoé

Um problema de cada vez: Natal sem Cunha.

João Gabriel Prates é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos (Nova Lima/MG)
João Gabriel Prates é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos (Nova Lima/MG)

Em meio ao turbilhão em se encontra a política brasileira nesse fim de ano, a Polícia Federal, enfim, agiu de maneira mais incisiva contra o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Procedeu à busca e apreensão de celulares, computadores e documentos em diversos imóveis do Deputado, bem como na casa de sua chefe de gabinete.

Cunha é velho conhecido dos cariocas e atravessou os anos de vida pública repousando sobre a impunidade que antes reinava no país. Com o perdão do trocadilho, a alCunha mais emblemática da atuação política desse senhor é a de “gângster”, tendo em conta as diversas articulações duvidosas e o envolvimento nos mais diversos escândalos.

Em seguida, quase que como uma resposta, o Conselho de Ética da Câmara aceitou e deu início ao processo contra o Deputado. Isso significa que agora os próprios colegas de Cunha é que decidirão se ele permanece com o mandato ou não. Apesar dos esforços de seus aliados, devidamente cooptados pelo Presidente da Casa, cabe ao plenário resolver o futuro deste que, desde já, manchou a história parlamentar do Brasil.

 

Órfãos?

Além de líder um grande grupo de Deputados que levam a cabo uma agenda conservadora e retrógrada, Cunha simboliza (ou simbolizava?) a esperança daqueles que veem o impeachment como solução dos impasses políticos que vive o Executivo federal.

Como exemplo, temos a oposição ao Governo, capitaneada por PSBD e DEM, que encenaram muito bem durante esses doze meses de 2015: ora ao lado de Cunha, ora longe, para não prejudicar a imagem, à medida que o Presidente se enrolava ainda mais com a justiça e a opinião pública.

Agora é saber se tucanos e democratas pedirão ao Papai Noel um novo pai do impeachment, já que este, pelo visto, virou lenda.

 

Tudo resolvido para Dilma?

Como disse, a vida política brasileira tem seguido a regra de resolver “um problema de cada vez”. Essa foi a vez de atingir Cunha e seu autoritarismo à frente da Câmara. Fazer previsões é uma tarefa quase que unanimemente realizada em dezembro: todos temos nossas ideias do futuro, sobre o que o ano novo trará.

Infelizmente, não é assim em Brasília. Se Dilma não retomar a base social que a elegeu, reatando com os movimentos sociais e afastando ajustes que prejudicam a classe trabalhadora, dificilmente reverterá esse quadro tão desfavorável.

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