Assim como no combate ao câncer de mama e de próstata, expectativa é conscientizar as pessoas quanto ao diagnóstico e tratamento da Hanseníase
Após o sucesso das Campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, chegou a vez do Janeiro Roxo. Durante o mês de janeiro, todas as Unidades Básicas de Referência (UBR’s) da cidade estão mobilizadas em torno da campanha de combate à Hanseníase. A cada sexta-feira, uma unidade de saúde está desenvolvendo orientações, atendimentos com a enfermeira do Programa Hanseníase do município e encaminhamento de consultas médicas (veja no fim da reportagem agenda da campanha). Pela primeira vez a Prefeitura de Teófilo Otoni, através da Secretaria Municipal de Saúde, transforma em campanha as ações realizadas nos dias 28 e 29 de janeiro, datas em que se comemora nacional e mundialmente o Combate à Hanseníase.
De acordo com a enfermeira do Programa, Sildete Souza, Teófilo Otoni está numa região endêmica da doença, sendo fundamental que o sistema de saúde pública faça um melhor controle da situação. “Atualmente, são oito pacientes em tratamento pelo SUS aqui na cidade. No ano passado, foram diagnosticados 21 pacientes com Hanseníase, sendo seis de outros municípios da região. Por ser uma doença transmitida através da respiração de doentes que não estão em tratamento, pode haver muitas pessoas contaminadas que ainda não se deram conta disso”, explicou a enfermeira.
O sintoma mais característico da Hanseníase é o aparecimento de manchas brancas, avermelhadas ou escuras, daí o termo Dia da Mancha, comumente usado para identificar as ações voltadas ao combate à doença. Mas, a enfermeira Sildete lista ainda outros sintomas como caroços, dormência nas mãos e pés e perda de sensibilidade. “É uma doença que tem cura. As manchas não coçam, não doem, e no local do corpo onde aparecem, não surge pêlo nem suor”, pontuou. A contaminação é pelo Bacilo de Hansen, transmitido pela respiração, podendo a doença ser contagiosa para aqueles que mantêm convívio próximo e prolongado com a pessoa contaminada. “É importante salientar que após o início do tratamento, a pessoa não transmite mais a doença”, esclareceu Sildete.
Ela explicou que o tratamento é por meio de antibióticos, dura entre seis e 12 meses e é oferecido pelo SUS. Quando não tratada, a Hanseníase provoca o surgimento de deformidades no nariz, orelhas e principalmente nas mãos e nos pés, levando à pessoa à perda de movimentos nesses membros.
Assim que ficou sabendo da Campanha Janeiro Roxo, Rosa Pereira não perdeu tempo e levou o filho Luís Davi, de 2 anos, para ser consultado na UBR Bela Vista. Segundo a mãe, há pouco mais de dois meses o menino tem apresentado uma mancha no rosto. “Passei várias pomadas no local, mas nada resolveu”, disse Rosa. Após a consulta, ela saiu de lá um pouco mais aliviada, uma vez que pelo atendimento de enfermagem, a suspeita de Hanseníase foi descartada. A mãe foi encaminhada para levar o garoto ao dermatologista que atende na Policlínica Municipal.